O estudo foi publicado na revista científica Lancet Oncology.
Os cientistas afirmaram, contudo, que as conclusões ainda não são definitivas.
A pesquisa avaliou 35 homens com cancro da próstata. Aqueles que mudaram seu estilo de vida apresentaram células mais novas em termos genéticos.
Estudo
Os investigadores observaram mudanças visíveis nas células de um grupo de 10 homens que adoptou uma dieta à base de vegetais e seguiu à risca uma rotina recomendada de exercícios físicos.
Eles também passaram a fazer meditação e ioga, com o intuito de se livrar do stress.
Segundo os cientistas, as mudanças estão relacionadas às capas protectoras nas extremidades dos cromossomas, chamadas telómeros.
O papel desses dispositivos é proteger a extremidade do cromossoma e prevenir a perda de informação genética durante a divisão celular.
À medida que o ser humano envelhece e as suas células se dividem, os telómeros diminuem de tamanho – sua estrutura fica enfraquecida, enviando uma espécie de "mensagem" às células para que elas parem de se dividir e morram.
Os investigadores sempre se questionaram se esse processo seria inevitável ou poderia ser interrompido ou mesmo revertido.
O professor Dean Ornish e sua equipa mediram a extensão dos telómeros no começo do estudo e depois de cinco anos.
No grupo de 10 homens com baixo risco de cancro da próstata que mudou o estilo de vida, o comprimento dos telómeros aumentou cerca de 10%.
Comparativamente, a extensão dos telómeros diminuiu, em média, 3% no grupo restante de 25 homens que não adoptaram qualquer mudança nos seus hábitos.
Envelhecimento celular
Telómeros menores estão associados a uma ampla gama de doenças relacionadas à idade, incluindo cardiopatias e vários tipos de cancro.
O estudo não analisou se as mudanças no estilo de vida e no comprimento dos telómeros tiveram um impacto na evolução do câncer, mas os investigadores afirmam que isso ainda será objecto de investigação.
Segundo Ornish, "as implicações desse estudo podem ir além de homens com cancro da próstata. Se validado por estudos controlados feitos de forma aleatória em larga escala, essas mudanças de estilo de vida podem reduzir significativamente o risco de uma grande variedade de doenças e de mortalidade precoce".
"Os nossos genes, e nossos telómeros, são uma predisposição, mas não necessariamente o nosso destino".
Lyn Cox, especialista em bioquímica na Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirmou que não foi possível chegar a nenhuma conclusão a partir do estudo, mas acrescentou: "No geral, no entanto, as descobertas desse relatório de que as mudanças no estilo de vida podem ter um efeito positivo nos marcadores da idade amparam os benefícios pela adopção de hábitos de vida mais saudáveis".
Especialistas afirmam que a redução do comprimento dos telómeros não é a única explicação para o envelhecimento humano.
Humanos, por exemplos, têm telómeros mais curtos do que primatas e ratos, mas vivem mais.
Estudos realizados anteriormente mostraram que pessoas que levam uma vida sedentária podem envelhecer mais rápido, uma vez que seus telómeros diminuem de tamanho a um ritmo também mais veloz.
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