Envelhecimento, o maior temor de homens e mulheres, pode representar uma frustração e o mergulho na depressão para muitos de nós. Como em geral não acompanhamos o passar dos anos das outras pessoas, a não ser aquelas que nos são mais próximas, ocorre um choque quando lemos as notícias sobre o depauperamento de astros e estrelas que conhecemos anos atrás através de filmes ou peças teatrais.
Um dos melhores filmes que tive a oportunidade de assistir, “O Sol por Testemunha” (Plein Soleil), produzido na França e Itália, dirigido por René Clement, lançado em 1960 (há 53 anos), foi a primeira e melhor adaptação de “O Talentoso Ripley”, o famoso livro policial de Patricia Highsmith. O ator Alain Delon interpreta o amoral Tom Ripley e acerta com um um rico industrial a missão de trazer de volta para casa seu filho Philippe (Maurice Ronet), que vive com a namorada Marge na paradisíaca Riviera Italiana. Frio e calculista, Ripley se, torna seu melhor amigo e inicia um inesperado e surpreendente plano diabólico. Confesso que fiquei paralisado na poltrona com o final do filme. Alain Delon naquela época tornou-se um um galã famoso que certamente derreteu dezenas e dezenas de corações femininos.
Pois é incrivelmente triste a notícia recente divulgada pela mídia: Alain Delon, hoje com 77 anos, confessou que perdeu “a paixão” pelo mundo que o rodeia e que passa a maior parte de seu tempo ‘à-toa’, rodeado por seus animais, enquanto tenta desfrutar ao máximo os filhos e netos para “não morrer sozinho”. ” – O mundo atual não me agrada mais. Nada me anima realmente e eu costumava ser uma pessoa apaixonada. O que me falta é vontade, paixão “, declarou o artista.
Delon afirma ter boas lembranças das mulheres com quem trabalhou, como Katharine Hepburn, Ava Gardner, Lauren Bacall e Brigitte Bardot, atriz com quem mantém uma “amizade muito próxima há 50 anos”. Sempre cercado de beldades, o ator que fez sonhar milhões de mulheres de todo o mundo também já foi rejeitado por algumas que não aceitaram suas proposições. “Claro que já fui rejeitado, inclusive por desconhecidas. Sofri muito… mas a maioria aceitou”.
Envelhecer não é simples. Mas envelhecer assistindo seus ídolos se deteriorarem física e mentalmente é desanimador. É como se um elo de ligação com o passado se rompesse – e nesse momento somos obrigados a encarar de frente a fragilidade de nossas vidas.
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