A população em todo o mundo está envelhecendo relativamente, sendo que o Japão está entre os países que contam com mais idosos. Todos sabem que, por serem os detentores de parcelas importantes dos patrimônios familiares, se encontram entre os melhores consumidores, podendo influenciar no aumento da demanda que impulsionaria o crescimento da economia.
Os formuladores da política econômica veem este segmento como estratégico no momento em que a retomada do crescimento se encontra na pauta mundial. Um interessante artigo sobre o assunto foi publicado no jornal econômico japonês Nikkei, tratando do assunto com muita originalidade.
No Japão, a população com mais de 60 anos representa hoje 45% do consumo das famílias do país, e seus ativos financeiros encontram-se em patamares superiores aos que podem usar em suas vidas. A política japonesa procura utilizar incentivos fiscais e um aumento de impostos para que estes idosos contribuam para o crescimento, mais do que já fazem como bons consumidores. A partir de abril deste ano, os idosos podem transferir até 15 milhões de yens, livre de impostos para cada neto, vinculado ao uso em educação. Com os pais livres destes custos, a tendência é elevar o seu consumo.
Em muitos países, os impostos de herança são pesados e havendo um incentivo fiscal para a antecipação de parte destas heranças os efeitos devem ser significativos. No Japão, está se programando uma nova elevação deste tipo de imposto em 2015. No entanto, de forma geral, são os idosos os que já acumularam patrimônios apreciáveis, enquanto os mais jovens ainda estão no processo de sua acumulação, em média, o que poderia estimular a cogitação deste tipo de política, ainda que adaptada às condições locais.
Estimular que os aposentados comecem a exercer uma nova atividade como pequeno empreendedor também está sendo cogitado, pois parece que os jovens se encontram com a autoconfiança suficiente para estes riscos.
Na realidade, o envelhecimento da população é visto como um empecilho para o crescimento potencial da economia japonesa, mas o artigo procura mostrar que existem algumas possibilidades que isto também seja utilizado para o aumento do consumo e consequentemente para estímulo da recuperação da economia daquele país.
Como os dados demográficos são quase inexoráveis, permitindo pouca manobra com os mesmos, há que se imaginar mecanismos para que fatores considerados negativos tenham condições de ser transformados em contribuições, mesmo reconhecendo que existem muitas dificuldades de toda ordem.
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