Com mais atenção à saúde, os idosos poderiam viver quatro anos mais se as mortes evitáveis fossem realmente evitadas, concluíram pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Fundação Oswaldo Cruz (Cadernos de Saúde Pública, abril).
Solange Kanso, do Ipea, e seus colegas verificaram que as doenças crônicas –principalmente as do coração (56,6%), gripe e pneumonia (9,3%) e tumores associados ao tabagismo (7,8%) – representam a maioria do total (82%) das causas de mortes evitáveis de idosos com até 74 anos no estado de São Paulo.
No Brasil existem políticas direcionadas para a prevenção dessas doenças, a exemplo do Plano Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão e ao Diabetes Mellitus, dirigido para a população com 40 anos ou mais. Uma das metas da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo é a redução das taxas de internação e mortalidade por doenças do aparelho circulatório.
O problema, porém, é que “esses programas estão voltados apenas para a população com idades entre 30 e 59 anos, excluindo assim a população idosa”, observam os autores.
Cuidados extras com a saúde trariam mais anos de vida, por meio da eliminação das principais causas consideradas evitáveis, principalmente entre a população masculina, que talvez esteja exposta a mais fatores de risco e use menos o sistema de saúde. “Caso não tivessem ocorrido esses óbitos”, relatam os pesquisadores, “a expectativa de vida aos 60 anos, no estado de São Paulo, aumentaria em 20,5%, passando de 22,2 anos para 26,8 anos, valor próximo ao observado para o Japão”. Em 2007, 66.190 idosos com até 74 anos morreram no estado São Paulo.
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