Christian de Duve: Do prémio Nobel da Medicina à eutanásia aos 95 anos de idade


Christian de Duve, distinguido em 1974 com o prémio Nobel da Medicina pela descoberta da estrutura da célula, recorreu à eutanásia para terminar com a vida. Segundo a família, o médico despediu-se aos 95 anos de idade através de uma técnica que é legal na Bélgica.
Um médico consagrado escolheu a eutanásia para colocar um ponto final na vida. Christian de Duve, químico belga que em 1974 foi distinguido com o prémio Nobel da Medicina, recorreu no sábado a uma técnica que na Bélgica é legal desde 2002, informou hoje a família.

“Ele deixou-nos de forma serena e recusou-se a tomar qualquer medicamento para a ansiedade antes da injeção final. Deixou-nos com um sorriso e um adeus”, contou Françoise, a filha, citada pelo jornal Le Soir.

Christian de Duve tornou-se, aos 95 anos de idade, na segunda personalidade belga a optar pela morte por eutanásia: a primeira foi o escritor Hugo Claus, em 2008.

“Seria exagerado dizer que não tenho medo da morte, mas não tenho medo do que vem depois porque não sou crente. Quando desaparecer, vou desaparecer, não vai sobrar nada”, antecipara Christian de Duve, entrevistado pelo mesmo Le Soir há cerca de um mês, quando já demonstrava sinais evidentes de que a saúde se vinha a deteriorar.

A decisão terá sido tomada no início do mês, após o médico ter caído, em casa. A ausência do filho, que se encontrava nos Estados Unidos, levou Christian de Duve a adiar o processo até sábado. Era o único Nobel belga vivo, tendo sido premiado pelas descobertas sobre a estrutura e o funcionamento da célula.

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