“O que você vê quando olha pra mim? Uma velha rabugenta e reclamona? Eu não sou o que você está olhando. Eu sou aquilo que está dentro do que você está olhando. E o que eu converso com você vem de lá, eu sou o lado avesso da velha que você vê”, diz a octogenária Teresinha, personagem vivida por Maitê Proença emÀ beira do abismo me cresceram asas, montagem escrita pela atriz e inspirada em entrevistas de moradores de asilo colhidas pelo produtor de teatro Fernando Duarte.
O texto é uma conversa entre duas idosas que vivem juntas em um asilo e passam o tempo relembrando a vida. De temperamentos opostos, têm em comum a franqueza. Terezinha é carrancuda, mas de humor irônico. Faz reflexões interessantes sobre a passagem do tempo e a relação deteriorada que tem com os filhos. Já Valdina é otimista e sutilmente tenta resgatar a amiga de episódios de melancolia. Um belo texto, que convida a refletir sobre a efemeridade da vida.
À beira do abismo me cresceram asas. Teatro do Leblon – sala Fernanda Montenegro. Rua Conde Bernadotte, 26, Leblon, Rio de Janeiro. Quinta a sábado, às 21h. Domingo, às 20h. Informações: (21) 2529-7700. R$ 60 (quinta e sexta), R$ 80 (sábado) e R$ 70 (domingo). Até 28 de abril.
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