Benefícios do Idoso


A proporção de idosos que recebem benefícios sociais, como aposentadoria ou pensão, cresceu ao longo dos anos e atingiu 85% em 2011, segundo estudo divulgado ontem pelo Ipea.

Estudo defende tempo de trabalho igual ao do homem
Levantamento do Ipea aponta contradições no sistema previdenciário brasileiro já que a expectativa dos trabalhadores brasileiros aumentou diante dos progressos na área da saúde e na qualidade de vida
Com a expectativa de vida média de oito anos a mais do que a dos homens, as mulheres deveriam se aposentar com a mesma idade que eles. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o estudo Envelhecimento Populacional, Perda de Capacidade Laborativa e Políticas Públicas, esta é uma das contradições do sistema previdenciário brasileiro.
De acordo com uma das autoras do trabalho, Ana Amélia Camarano, as justificativas que levaram a esse benefício, na época do pós-guerra, de mortalidade materna elevada, perda de oportunidades de trabalho devido à maternidade e de dupla jornada, não fazem mais sentido hoje.
"Na verdade a fecundidade baixou muito, tem muitas mulheres que terminam o tempo de vida reprodutiva sem ter filhos, tem mulheres que não se casam, e a dupla jornada de trabalho hoje em dia também está mudando, os homens já participam mais das atividades domésticas", disse.
Para Ana Amélia, igualar a idade de aposentadoria das mulheres com a dos homens não levaria à perda da compensação, pois, como elas vivem mais, passariam mais tempo recebendo o benefício.
Atualmente, no Regime Geral da Previdência Social, as mulheres podem se aposentar aos 60 anos com 30 de contribuição, enquanto os homens precisam completar 65 anos de idade e 35 de contribuição.
Segundo Ana Amélia, países como a Alemanha e a Inglaterra já acabaram com essa diferenciação. O estudo do Ipea aponta também como contradição do sistema o aumento da expectativa de vida, sem o aumento na idade de aposentadoria, e o retorno dos aposentados ao mercado de trabalho.
"A população está vivendo mais, mas está se aposentando mais cedo", declarou a pesquisadora. Outra contradição, segundo ela, "é que a aposentadoria é uma política para repor a perda da capacidade de trabalhar dos indivíduos, mas a legislação brasileira permite que o aposentado volte ao mercado de trabalho".
Ana Amélia aponta que muitas pessoas têm se aposentado depois da idade mínima, mas chegam a trabalhar depois por mais oito anos. A técnica do Ipea alerta que nos próximos 20 anos as finanças da Previdência Social vão piorar, porque, segundo ela, vai ocorrer um boom, com a chamada geração baby boomer. "São as pessoas que nasceram nas décadas de 50 e 60, quando teve a explosão demográfica. As pessoas estão vivendo mais e vai ter mais gente aposentada.
Apesar disso, o estudo aponta que o sistema previdenciário brasileiro contribui para a diminuição da pobreza. Dados de 2011 mostram que 84,7% da população com 65 anos ou mais recebiam algum benefício, melhorando as condições sociais de toda a família, não apenas do idoso.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Segundo estudo as mulheres passaram a ter mais qualidade de vida e possuem condições de trabalhar pelo mesmo período que o homem. Documento mostra contradições no sistema previdenciário brasileiro
Números
60
anos de idade e 30 anos de contribuição é o tempo estabelecido para a aposentadora das mulheres
65
anos de idade e 35 anos de contribuição é o que estabelece a lei para a aposentadora dos homens
4,9
milhões de trabalhadores devem se aposentar até 2020, segundo dados do Governo.

Estudo defende tempo de trabalho igual ao do homem
Levantamento do Ipea aponta contradições no sistema previdenciário brasileiro já que a expectativa dos trabalhadores brasileiros aumentou diante dos progressos na área da saúde e na qualidade de vida

Com a expectativa de vida média de oito anos a mais do que a dos homens, as mulheres deveriam se aposentar com a mesma idade que eles. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o estudo Envelhecimento Populacional, Perda de Capacidade Laborativa e Políticas Públicas, esta é uma das contradições do sistema previdenciário brasileiro.
De acordo com uma das autoras do trabalho, Ana Amélia Camarano, as justificativas que levaram a esse benefício, na época do pós-guerra, de mortalidade materna elevada, perda de oportunidades de trabalho devido à maternidade e de dupla jornada, não fazem mais sentido hoje.
"Na verdade a fecundidade baixou muito, tem muitas mulheres que terminam o tempo de vida reprodutiva sem ter filhos, tem mulheres que não se casam, e a dupla jornada de trabalho hoje em dia também está mudando, os homens já participam mais das atividades domésticas", disse.
Para Ana Amélia, igualar a idade de aposentadoria das mulheres com a dos homens não levaria à perda da compensação, pois, como elas vivem mais, passariam mais tempo recebendo o benefício.
Atualmente, no Regime Geral da Previdência Social, as mulheres podem se aposentar aos 60 anos com 30 de contribuição, enquanto os homens precisam completar 65 anos de idade e 35 de contribuição.
Segundo Ana Amélia, países como a Alemanha e a Inglaterra já acabaram com essa diferenciação. O estudo do Ipea aponta também como contradição do sistema o aumento da expectativa de vida, sem o aumento na idade de aposentadoria, e o retorno dos aposentados ao mercado de trabalho.
"A população está vivendo mais, mas está se aposentando mais cedo", declarou a pesquisadora. Outra contradição, segundo ela, "é que a aposentadoria é uma política para repor a perda da capacidade de trabalhar dos indivíduos, mas a legislação brasileira permite que o aposentado volte ao mercado de trabalho".
Ana Amélia aponta que muitas pessoas têm se aposentado depois da idade mínima, mas chegam a trabalhar depois por mais oito anos. A técnica do Ipea alerta que nos próximos 20 anos as finanças da Previdência Social vão piorar, porque, segundo ela, vai ocorrer um boom, com a chamada geração baby boomer. "São as pessoas que nasceram nas décadas de 50 e 60, quando teve a explosão demográfica. As pessoas estão vivendo mais e vai ter mais gente aposentada.
Apesar disso, o estudo aponta que o sistema previdenciário brasileiro contribui para a diminuição da pobreza. Dados de 2011 mostram que 84,7% da população com 65 anos ou mais recebiam algum benefício, melhorando as condições sociais de toda a família, não apenas do idoso.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Segundo estudo as mulheres passaram a ter mais qualidade de vida e possuem condições de trabalhar pelo mesmo período que o homem. Documento mostra contradições no sistema previdenciário brasileiro
Números
60
anos de idade e 30 anos de contribuição é o tempo estabelecido para a aposentadora das mulheres
65
anos de idade e 35 anos de contribuição é o que estabelece a lei para a aposentadora dos homens
4,9
milhões de trabalhadores devem se aposentar até 2020, segundo dados do Governo.

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