Manter uma alimentação saudável e a prática de exercícios desde a infância são cuidados que vão se refletir em uma velhice mais saudável. Mas quem já tem cabelos brancos ainda pode começar a se cuidar, em especial tendo uma vida ativa, com escolhas saudáveis e mantendo as consultas médicas em dia.Conforme definição do Ministério da Saúde, a pessoa é considerada idosa a partir dos 60 anos, mas o processo de envelhecimento inicia muito antes. “Na verdade, o envelhecimento começa logo após o nascimento, quando começam a surgir alterações no nosso corpo”, explica o médico geriatra, Daniel Marcolin. Segundo ele, por isso, essa preocupação não deve iniciar somente a partir dos 60 anos. “As pessoas tem que começar precocemente a pensar em como envelhecer com saúde”, alerta.
Essa preocupação é diretamente ligada aos hábitos de vida de cada um e dos cuidados com a saúde. Conforme o geriatra, há uma série de fatores que predispõe a pessoa a ter um envelhecimento com saúde. “Desde a infância são importantes os estímulos relativos à prática de esportes, alimentação saudável, além de evitar o consumo de álcool e fumo durante a vida e ter cuidados até com o saneamento básico, que vão contribuir para um envelhecimento saudável”. Além disso, conforme o médico, muitas doenças que se manifestam na velhice tem como causas fatores bem anteriores. “Por exemplo, uma pessoa que fumou durante muito tempo pode ter doenças pulmonares, enfisema e até câncer de pulmão, por volta dos 60 a 70 anos. São situações que se apresentam tardiamente”, esclarece.
Mudança de comportamento
Conforme o passar das gerações, o idoso está se adaptando as mudanças que acontecem no mundo. “Antigamente os idosos eram muito vistos como aquelas pessoas que ficavam apenas em casa cuidando dos netos, esperando o tempo passar. Hoje, o idoso está cada vez mais ativo na sociedade, atuando no mercado de trabalho, participando da sociedade de diversas formas. Ele está ativo. E a sociedade precisa abraçá-lo, cuidar desse idoso e principalmente, propiciar condições para que ele viva adequadamente em sociedade”, considera o médico.
Segundo ele, estando mais ativo, cuidando mais da sua saúde, fazendo exercícios físicos e mantendo-se em atividades sociais o idoso se sente mais inserido na comunidade, o que consequentemente resulta em uma melhora na qualidade de vida. “Além disso, conviver com os idosos é muito enriquecedor, pois a experiência que os idosos têm para passar é de extrema importância, pois são pessoas que já vivenciaram muitas situações e por isso podem ensinar muito, em especial sobre as experiências do cotidiano”, completa o médico.
A melhor idade é Possível
Conforme o médico, esse período da vida pode ser sim a chamado de melhor idade. “Tudo vai depender de como essa pessoa cultivou a sua vida até aquele momento. Se ele teve boa saúde, está em boas condições físicas, tendo uma boa qualidade de vida, com estrutura familiar e social adequadas ele vai sim conseguir usufruir muito bem desse período da vida”, explica Marcolin.
(É fundamental que os mais jovens ajudem a dar condições para que os idosos participem ativamente da sociedade e possam assim, passar suas experiências / FOTO SIRLEI PAZINATO)
Mas para colher esses frutos no futuro é importante que a prevenção das doenças comece cedo, com hábitos saudáveis na infância ou na juventude.
Ainda é tempo de pensar em prevenção
Várias doenças são mais comuns na terceira idade, dentre elas estão a hipertensão, diabetes, osteoporose, artroses, depressão, alterações de memória, além de casos de câncer “Mas a grande maioria desses quadros é passível de prevenção com cuidados de saúde adequados”, alerta o geriatra.
Muitas doenças têm poucas manifestações clínicas, por isso é importante que os idosos fiquem atentos, façam exames e tenham cuidados preventivos para evitar que esses problemas cheguem a se manifestar, já que em caráter de prevenção a abordagem é muito mais fácil do que depois que a doença já esteja instalada.
O médico reforça que é importante se preocupar cedo com a saúde na velhice. Além dos cuidados que são recomendados desde a infância, como alimentação saudável e prática de exercícios, Marcolin lembra que é aconselhável que a primeira avaliação com o geriatra seja feita ainda aos 45 anos de idade. “Depois disso, a partir dos 55 a 60 anos é importante um acompanhamento constante”, completa o geriatra.
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