A comédia do envelhecimento

Um pequeno, mas saboroso, acontecimento: mesmo com as suas muitas limitações, "E Se Vivêssemos Todos Juntos?" é a prova real de que é possível filmar a velhice sem cair em moralismos fáceis. E é também bom reencontrar actores como Pierre Richard, Jane Fonda e Geraldine Chaplin.A comédia do envelhecimento

Ainda recentemente, tivemos dois exemplos patéticos de actores que parecem apostados em repetir, até à exaustão, os modelos que, há várias décadas, lhes deram fama. Aconteceu com Bruce Willis ("Die Hard: Nunca É Bom Dia para Morrer") e Arnold Schwarzenegger ("O Último Desafio"): afinal de contas, o talento não tem de se confirmar através da imitação do que foi um sucesso...
É por isso que, mesmo na sua discreta menoridade, um filme como "E Se Vivêssemos Todos Juntos?", escrito e dirigido por Stéphane Robelin, possui o mérito de mostrar que o envelhecimento não tem de ser uma limitação, mas apenas um outro capítulo (pessoal e profissional).
De facto, é bom encontrarmos alguns nomes cujo período de maior reconhecimento cinematográfico terá ocorrido há algumas décadas, como é o caso do cómico francês Pierre Richard ou da actriz americana Jane Fonda. Juntamente com Geraldine Chaplin, Claude Rich e Guy Bedos, eles vivem a aventura cómica (aqui e ali suavemente dramatizada) de um grupo de idosos que querem encontrar uma solução para combater a solidão e também para conseguirem enfrentar eventuais problemas de saúde.
O título resume a sua aposta existencial, dando origem a uma série de peripécias com um curioso contraponto com uma figura mais jovem, a cargo de Daniel Bruhl, actor espanhol que conhecemos, por exemplo, de "Adeus, Lenine!" (2003). Acima de tudo, Robelin consegue deixar claro que é possível abordar qualquer geração, escapando a soluções pitorescas ou moralistas.

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