Segundo Ana Maria Molinari, diretora de um residencial para idosos, a sexualidade é um dos assuntos que mais desperta interesse na terceira idade
A Organização Mundial da Saúde define sexualidade como uma energia que motiva a procura pelo amor, contato, ternura, intimidade, que se integra no modo como se sentem, movem-se, tocam-se e são tocados. É ser sensual e sexual ao mesmo tempo, a sexualidade influência pensamentos, ações e interações e, por isso, age também na saúde física e mental.
A definição para a sexualidade dada pela OMS mostra a importância não apenas do ato sexual, mas do contato e da intimidade preservada entre o homem e a mulher. E nesses casos, surge a dificuldade em compreender e desmistificar o conceito da sexualidade, principalmente na terceira idade, quando o idoso permanece em uma perspectiva assexuada e reprimida, uma vez que o amor e o prazer não terminam com o envelhecimento.
Para Ana Maria Molinari, diretora técnica do Bellatrix Residencial para Idosos, a visão da sociedade perante a sexualidade do idoso é limitada. “Para muitos a velhice é sinônimo de incapacidade física, mental e improdutiva. A sexualidade entre os idosos está impregnada de tabus e preconceitos, através de uma concepção negativa imposta pela população”, explica.
De maneira geral, entre os familiares essa atitude repressora é ainda mais acentuada. “As mudanças que surgem, principalmente pela crescente presença de idosos na sociedade, exigem uma nova postura para desvincular a ideia de que o idoso é apenas avô ou avó, esquecendo os desejos, as vontades e os direitos”, esclarece Ana Maria.
De fato, mudanças fisiológicas e hormonais acontecem com o passar nos anos. Porém, o homem é capaz de ter ereção em qualquer idade, assim como a mulher consegue manter a lubrificação vaginal, mesmo que de forma mais lenta e progressiva, assim, a resposta sexual não termina com a velhice. “Os idosos têm buscado a construção de uma nova identidade, ultrapassando o modelo social ideológico e a visão estigmatizada e cheia de preconceitos. Para tanto surge a necessidade de mudança em toda estrutura social, como a esfera familiar, o mercado de trabalho, as políticas públicas, atividades sociais e recreativas. Estudiosos na área apontam que é preciso buscar uma nova compreensão na velhice, que aponte elementos como a valorização da vida. Mesmo diante das limitações, os idosos podem exercer plenamente sua sexualidade e satisfazer-se ao fazê-la”, sugere Ana.
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