As aulas de yoga são um diferencial na vida de senhoras aposentadas / Foto: Carolina Perez
Se engana quem ache que o projeto sócio-esportivo do Governo, Rio 2016, abrange apenas esportes olímpicos. No núcleo que funciona em um supermercado na Tijuca, Zona Norte da cidade, a expressão latina mens sana in corpore sano (uma mente sã em um corpo são) é seguida à risca pelos cerca de 60 alunos do núcleo. Na yoga, um exercício de origem na Índia, a música suave e a voz serena da professora comandam o compasso de cada movimento do corpo.
- A yoga trabalha muito o emocional. Ajuda no interior da pessoa, na respiração, em um conjunto. Precisava sair um pouco de casa, ocupar não só a cabeça, mas o corpo. Além disso, sou fumante. Acho que fazendo a aula, vai ajudar a diminuir o vício – afirmou a aposentada Teresa Cristina Ventura, de 56 anos.
Ansiedade era a palavra que definia Scila dos Santos. Definia, pois desde que começou a fazer yoga, ela se sente outra pessoa. A senhora de 70 anos afirma que mente sadia é fundamental para um físico bem cuidado.
- É uma harmonia entre o corpo e a mente. Tô bem mais calma e mais paciente, eu era uma ansiedade em pessoa. Tudo é uma questão de tempo e de se reprogramar – conta Scila.
Dona Scila, de 70 anos, hoje está mais tranquila devido à prática de técnicas de respiração da yoga
Jocelina Vieira, professora de yoga, é a dona da voz pacata. Cumprimenta a todos com um longo abraço numa forma de troca de energia. Cada aula é única, segundo ela. As técnicas são repassadas calmamente durante os 60 minutos de pura meditação. E ao final, há sempre uma frase de inspiração para os alunos.
- As técnicas são semelhantes, mas cada aula é de forma diferente. São os alunos que trazem a necessidade do que precisam; se é alongar, ou se é meditar. Mas o objetivo é o mesmo: desestressar corpo e mente. É claro que os exercícios também ajudam na flexibilidade, na coordenação motora, mas o fundamental é o auto-controle – ressalta a professora, de 58 anos.
Ao todo, cerca de 60 alunos, distribuídos em três turmas, fazem yoga no núcleo do Rio 2016, na Tijuca
No mesmo local são realizadas também as aulas de tai chin chuan. O professor Oswaldo Gomes define a arte como um trabalho de respiração e de energia. Trata-se de uma técnica milenar da China, uma união de arte marcial com meditação.
- O tai-chi é bom para tudo. Ele é bom porque trabalha a coordenação motora e a respiração. É preciso concentração. E quando você se concentra você medita. E se você medita, você fica de bem com a vida – explica o professor de 67 anos.
A aposentada Betty da Silva de Freitas contou que a atividade melhorou completamente sua qualidade de vida. Ela, que antes estava melancólica, reencontrou a felicidade no tai-chi-chuan.
- Eu estava deprimida. Decidi que queria sair da depressão e fui procurar algo. Encontrei o tai-chi-chuan, e hoje não estou mais assim – revelou a idosa de 66 anos.
Já para uma dona de casa Nina Rodrigues e Silva, os benefícios dos exercícios são no próprio corpo. Com 60 anos, ela sofre de reumatismo e artrose e sentia dores constantes. Essa realidade mudou depois que começou a frequentar as aulas do projeto Rio 2016.
As aulas de tai chin chuan também atraem pessoas em busca de qualidade de vida
- Eu tinha dificuldades até para subir um degrau. Na hora de atravessar a rua, para subir na calçada, eu sempre ia para o lugar que tivesse uma rampa, ou fosse mais baixo. Para subir escadas, também era um problema, sentia muita dor. Enquanto pudesse evitar subir, eu evitava. Hoje, já quase não sinto dor, subo escadas e degraus normalmente – explica.
As aulas de yoga e tai chin chuan fazem parte do projeto Rio 2016, programa sócio-esportivo administrado pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer. Está presente em 73 municípios e beneficia mais de 200 mil pessoas com 53 atividades esportivas.
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