Obviamente que todos nós almejamos uma juventude saudável, longa e com boa reserva financeira, no enfrentamento da inevitável velhice.
Quando falamos dos idosos no Brasil, pensamos em família, vivências, garantias dos direitos, cidadania, mercado de trabalho, renda, saúde, educação, cultura, lazer, desafios e expectativas na terceira idade.
“Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem?” Confúcio
Em meio às expectativas e os muitos anseios deste nosso Brasil em desenvolvimento, está a “velhice e políticas públicas”. Alguns especialistas defendem a ideia de que cabe ao Estado Brasileiro, pautado no princípio constitucional da descentralização político-administrativa, fortalecer o município como lócus privilegiado das ações de proteção e de inclusão social do idoso.
“Devemos aprender durante toda a vida, sem imaginar que a sabedoria vem com a velhice” Platão
Sabe-se, contudo, que não são tarefas fáceis e nem ligeiras, visto que envelhecer bem é um empreendimento de longo prazo, tanto no âmbito individual como no âmbito da sociedade. Na prática, políticas favoráveis a uma velhice saudável devem priorizar a infância e a juventude, não só porque é preciso prepará-las para a velhice, mas porque, em qualquer sociedade, são os jovens que garantem a boa qualidade de vida dos idosos. Mas enquanto isso é preciso dar conta das necessidades dos que já atingiram a velhice e devem ser vistos como cidadãos investidos de plenos direitos à uma vida digna, além de promover a solidariedade entre as gerações.
“Na juventude deve-se acumular o saber. Na velhice fazer uso dele”-Rousseau
Lei 8.842/94
Vale lembra que no Brasil, até 1988, as pessoas idosas não tinham qualquer direito e muitas dessas pessoas, hoje com 90 ou mais anos estão sobrevivendo de favores da família, não tendo sequer uma aposentadoria ou pensão. Principalmente se o cônjuge aposentado ainda estiver vivo. Mas a Lei 8.842/94 criou o Conselho Nacional do Idoso, que inseriu a pessoa com 60 anos ou mais, garantindo os seus direitos e a formulação das políticas públicas.
“O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão”- Gabriel Garcia Marquez
Atualmente no Brasil só tem direito a aposentadoria de um salário mínimo, quem tem 65 anos de idade, para homens, e 60 anos de idade para mulheres e ter contribuído ao INSS no mínimo durante quinze anos. Fora disso o idoso carente fica a mercê de uma política assistencialista, favorecendo ao isolamento extremamente nocivo e humilhante ao ser humano, que sabidamente de alguma forma produziu bens e serviços à sociedade. Quem ganha acima de um salário mínimo, vê anualmente sendo achatada a aposentadoria ou pensão com o traumático tal do “fator previdenciário”.
“Envelhecer é um processo natural do homem para avaliar os objetivos alcançados e das muitas perdas, sendo a saúde um dos aspectos mais afetados”.
É evidente que uma pessoa com idade acima de 60 anos, que goza de boa saúde, sonha trabalhar e gerar renda. Mas infelizmente o mercado de trabalho brasileiro é cruel com pessoas com idade acima de quarenta anos, o que dirá com mais de 60 anos de idade, ainda que oficialmente não pode haver discriminação contra idosos.
“No capitalismo, a velhice ocupa um lugar marginalizado na existência humana, pois a pessoa idosa não mais produz riquezas”
No campo da saúde, o idoso ou familiares com recursos pagam os melhores planos de saúde, que exigem o avesso da família para proteger a saúde da pessoa idosa. Porém, sabe-se que a grande maioria dos idosos não se enquadra nesses planos de saúde desumanos e essas pessoas vão parar no assistencialismo do Sistema Único de Saúde – SUS. O resultado desse assistencialismo é uma frota imensa de ambulâncias cruzando municípios em busca de amparo ao idoso carente, que vê os seus direitos violados e nada pode fazer contra a lei ou contra o governo.
A sociedade passa por grandes modificações. A tecnologia avança, os meios de comunicação bombardeiam com fatos e dados, a vida é cada vez mais agitada. E o idoso (com raras exceções) fica isolado em casa ou nas clínicas. Se o idoso tem boa aposentadoria ou posses a família zela, se não vira um peso morto à sociedade.
Idosos no Brasil
Hoje no Brasil são 21 milhões de pessoas com idade acima de 60 anos, segundo o IBGE. O referido instituto estima que em 2020 o Brasil terá cerca de 30 milhões de pessoas idosas. Ou seja, o Brasil está envelhecendo ainda na fase de desenvolvimento. Em 2050 a projeção é de 63 milhões de idosos no Brasil. Hoje, se os idosos vivem mais, com expectativa de vida (75 anos), a quantidade de crianças diminui. Atualmente são 1,9 filhos por mulher em idade fértil. Em 2030 essa taxa será negativa de -0,5. Evidente que este desequilíbrio é preocupante, afirma a geriatra Andrea Prates, do Centro Internacional para o Envelhecimento Saudável.
Fontes:http://www.scielo.br / http://www.ibge.gov.br;Lei 8.842/94http://www.portal.saude.gov.br / http://www.ipea.gov.br
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