Idosos bilíngues têm cérebro mais "eficiente"


Idosos que falam mais de um idioma têm mais facilidade em alternar de uma tarefa cognitiva para outra do que idosos que falam apenas uma língua

Idosa
Falar mais de um idioma desde a infância pode estar relacionado à menor degeneração da atividade cognitiva em idosos(Thinkstock)
Idosos que falam duas línguas desde a infância têm mais facilidade em alternar de uma tarefa cognitiva para outra do que pessoas da mesma faixa etária que falam apenas um idioma. Essa é a conclusão de um estudo publicado nessa quarta-feira no periódico The Journal of Neuroscience. A pesquisa também mostra que os indivíduos bilíngues apresentam padrões de atividade cerebral diferentes de seus pares monolíngues ao alternar as atividades.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Lifelong Bilingualism Maintains Neural Efficiency for Cognitive Control in Aging

Onde foi divulgada: periódico The Journal of Neuroscience

Quem fez: Brian T. Gold, Chobok Kim, Nathan F. Johnson, Richard J. Kryscio e Charles D. Smith

Instituição: Universidade de Kentucky, nos EUA

Dados de amostragem: 110 participantes

Resultado: Os idosos bilíngues completaram a tarefa de modo mais rápido e mais eficiente, o que significa que tiveram menos gasto de energia no córtex frontal (área envolvida na mudança de tarefas) para cumprir o mesmo teste. Dentre os adultos, porém, o fato de ser bilíngue não influenciou o desempenho no cumprimento do teste, nem a atividade cerebral dos participantes.






























Conforme uma pessoa envelhece, a flexibilidade cognitiva, ou seja, habilidade de se adaptar a circunstâncias inesperadas, se torna mais restrita. Estudos recentes sugerem que falar duas línguas ao longo da vida pode reduzir essa perda, devido ao fato do indivíduo alternar o idioma falado com frequência.
Pesquisa — Para estudar como a habilidade de falar mais de uma língua desde a infância afeta o funcionamento neural, pesquisadores da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, monitoraram a atividade cerebral de 110 participantes por meio de ressonância magnética funcional (procedimento que detecta atividade cerebral associada a mudanças no fluxo sanguíneo) durante a realização de um teste cognitivo.










A atividade consistia em descrever a cor ou a forma de figuras, que podiam ser círculos ou quadrados, azuis ou vermelhos, conforme era solicitado. O mesmo teste foi aplicado a dois grupos distintos. O primeiro, composto por 30 idosos (de 60 a 68 anos), sendo 15 bilíngues e 15 monolíngues e o segundo, por 20 adultos monolíngues, 20 adultos bilíngues, 20 idosos bilíngues e 20 idosos monolíngues.
Para a realização desse estudo, o termo 'bilíngue' correspondeu a uma pessoa que fala inglês e outro idioma diariamente, desde os dez anos de idade ou menos.
Os resultados mostraram que tanto os indivíduos bilíngues quanto os monolíngues completaram a tarefa de forma correta. Os bilíngues idosos, porém, o fizeram de modo mais rápido e mais eficiente, o que significa que tiveram menos gasto de energia no córtex frontal (área envolvida na mudança de tarefas) para cumprir o mesmo teste.
Dentre os adultos, porém, o fato de ser bilíngue não influenciou o desempenho no cumprimento do teste, nem a atividade cerebral dos participantes.
Para Brian Gold, integrante do grupo de pesquisadores, esses resultados sugerem que o bilinguismo pode, ao longo dos anos, causar benefícios no funcionamento das regiões frontais do cérebro durante o envelhecimento. 

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