Há cada vez menos jovens a residir em Portugal e cada vez mais idosos. Também há uma cada vez menor população activa em relação ao número de idosos. E aqueles que saem do mercado de trabalho já não são substituídos totalmente por aqueles que entram. São estas algumas das conclusões dos resultados definitivos dos Censos 2011.
Havia, em 2011, mais pessoas a sair do mercado de trabalho português do que pessoas a entrar, de acordo com osresultados definitivos dos Censos 2011divulgados hoje, segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
No início da década, em 2001, por cada 100 pessoas que saíam do mercado de trabalho, ou seja, que deixavam de pertencer à população activa, entravam 143 pessoas. "O número de pessoas a entrar no mercado de trabalho era significativamente superior ao número de pessoas que saía" nessa altura.
Algo que já não acontece. O índice de rejuvenescimento da população activa era, segundo os Censos realizados no ano passado, de 94. Ou seja, por cada 100 pessoas que abandonaram o mercado de trabalho em 2011, ingressaram apenas 94.
Ao mesmo tempo, também o índice de sustentabilidade potencial se deteriorou. Havia 3,5 indivíduos em idade activa por cada idoso em 2011, um número inferior ao que se registava dez anos antes (4,1).
Quando a comparação é com os jovens, os dados mostram também o envelhecimento da população. Por cada 100 jovens no ano passado, existiam 128 idosos. Nos Censos de 2001, os resultados apontavam para 102 idosos por cada 100 jovens.
27% da população recebe pensões
Estes índices voltam a renovar o alarme sobre a sustentabilidade do Estado Social, já que começa a crescer o número de indivíduos que se situa fora da população activa, quando esta está em decrescimento. A sustentabilidade do Estado Social está a ser, aliás, discutida neste momento, num debate em que o Governo pretende discutir quais as funções do Estado que se devem manter.
Em termos sociais, a principal fonte de rendimento para 48% da população residente em Portugal com mais de 15 anos, em Março de 2011 (quando se realizaram os Censos), era o trabalho. Já 27% da população vivia com pensões e reformas. As pensões representam, neste momento, 63% da despesa anual da Segurança Social, o que adensa as questões sobre a sua sustentabilidade futura.
"O subsídio de desemprego e o rendimento social de inserção foram, respectivamente, a principal fonte de rendimento para 3,3% e 1,1% da população residente com 15 ou mais anos", acrescenta ainda o INE, relativamente aos resultados definitivos, que se seguem aos resultados provisórios que já tinham sido anunciados.
População sobe graças a estrangeiros
A população jovem (até 14 anos) decresceu na década terminada em 2011 (representava 16% do total, agora corresponde a 14,9%), enquanto a população idosa (mais de 65 anos) passou a representar a 19% da população actual, acima dos 16,4% de dez anos antes.
Ao todo, a população residente em Portugal até aumentou, mas graças aos estrangeiros. 10,5 milhões de pessoas habitavam em Portugal a 21 de Março de 2011, um avanço de 2% em relação à mesma data de 2001, de acordo com os resultados definitivos dos Censos 2011. Para isso, contribuiu o crescimento de 70% da população
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