Cena de E Se Vivêssemos Todos Juntos?
Um grupo de amigos, quase todos com mais de 70 anos, se vê diante do difícil momento em que o corpo começa a fraquejar diante da vontade. Coisas corriqueiras – como subir uma escada oupassear com o cachorro – podem ser fatais. O envelhecimento é tema central da excelente comédia dramática francesa “E Se Vivêssemos Todos Juntos”, estrelada por Jane Fonda, e vem ganhando destaque nos roteiros de longas-metragens do mundo tudo.
A norte-americana considerada uma das mulheres mais belas de todos os tempos foi símbolo sexual insuperável na época em que estrelou “Barbarella”, na década de 60. Hoje, aos 75 anos, Jane Fonda revelou, recentemente, em um novo livro biográfico, que nunca soube como lidar direito com o passar dos anos. Para alguém que vive da beleza, o aparecimento das rugas pode ser ainda mais cruel. No filme, Jane surge radiante. Segue atraindo os olhares para ela. Sua personagem, a professora aposentada Jeanne, é quem, de certa forma, comanda a ação, a começar pelo dia em que planeja seu velório.
Jane Fonda: linda aos 75 anos
Ao lado do marido, que sofre com lapsos de esquecimento, Jeanne se muda para a casa de um casal de amigos. Para lá também vai o quinto elemento da turma, um francês que nunca conseguiu se manter casado. É através deles que assuntos como desejo sexual, solidão e morte são tratados. O ator catalão Daniel Brühl, marcado por sua atuação em “Adeus Lênin”, faz as vezes do espectador ao interpretar um jovem que estuda, exatamente, o envelhecimento da população, e acompanha a rotina dessa “comunidade” tão particular bem de perto.
COMO ENCARAR O FIM?
Cena do emocionante Amour, de Haneke
Se por si só se dar conta do encerramento da própria existência já é uma tarefa complicada, a cultura atual, de supervalorização da juventude, não ajuda em nada nesse processo. O aumento da expectativa de vida, no entanto, colocou o assunto em pauta com mais força. Como é se despedir do seu companheiro de uma vida toda? O diretor Michael Haneke aborda o tema em “Amour”(2012), vencedor da Palma de Ouro em Cannes, este ano. Na trama, a rotina de um casal muda quando a mulher sofre um derrame e fica totalmente dependente dos cuidados do marido. Emocionante, o filme não mascara o que pode ser o fim dessa história de amor.
Nem mesmo as animações escapam. Em “Up – Altas Aventuras” (2009), desenho de sucesso que traz o vovôzinho Carl em uma aventura para salvar sua casa após a morte da mulher, é o recomeço – quase aos 80 anos – o centro da trama. Já o filme brasileiro “Copacabana” (2001), ambientado no bairro que mais abriga idosos no Rio de Janeiro, trata de saudosismo. Às vésperas de completar 90 anos, Alberto, papel de Marco Nanini, revê sua vida. O que faltou? O que faria diferente?
De volta à vitalidade! Cena de Cocoon, um clássico dos anos 80
A VELHICE EM VÁRIOS GÊNEROS
A ficção científica “Cocoon” (1985) resolve essas questões dando uma “segunda chance”para um grupo de velhinhos fazer o que realmente gostaria. Dirigido por Ron Howard, ele envolve extraterrestres e seus casulos regeneradores. Acidentalmente eles conseguem fazer com que um grupo de um asilo volte a ter saúde e disposição.
Judi Dench em cena de O Exótico Hotel Marigold
Bem mais recente, “O Exótico Hotel Marigold” (2012) tem Judi Dench e Tom Wilkinson, e segue pelo mesmo caminho de superação. A dupla chama outros amigos para curtir a aposentadoria fazendo uma viagem fora do comum. Destino: Índia. Em tom de comédia, a produção traz seus protagonistas da terceira idade “aproveitando a vida”, em uma mensagem mais esperançosa. Já que os dias estão mesmo contados, por que não aproveitar?
Comentários
Postar um comentário
Comentarios e Sugestões