Envelhecimento: Portugal é um Titanic


Resultados definitivos dos Censos 2011 mostram um país a envelhecer aceleradamente: há menos jovens, mais idosos, a população ativa envelhece. “É como um navio que se está a aproximar de um iceberg e não se consegue afastar”, desabafa responsável do INE.


Tendência de envelhecimento foi a mais “impressionante” nos resultados dos Censos
Segundo os resultados definitivos dos Censos 2011, apresentados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa, para cada 100 jovens, há 129 idosos. A percentagem de jovens recuou de 16 para 15% e a de idosos cresceu de 16% para 19%, acentuando a tendência para o envelhecimento da população. “É como um navio que se está a aproximar de um iceberg e não se consegue afastar”, afirma Anabela Delgado, coordenadora do Gabinete dos Censos do INE, para quem esta tendência de envelhecimento foi a mais “impressionante” nos resultados dos Censos.

A pirâmide etária mostra que o grupo de população com 70 ou mais anos teve um crescimento de 26% em dez anos. Por outro lado, o país perdeu população em todos os grupos etários até aos 29 anos.

Diminuiu a base da pirâmide
Numa década, a idade média da população aumentou três anos: agora é de 41,8 anos. Diminuiu, por outro lado, o número de indivíduos em idade ativa por cada idoso: passou de 4,1 em 2001 para 3,5 em 2011.

"A estrutura etária da população acentuou os desequilíbrios já evidenciados na década passada. Diminuiu a base da pirâmide, correspondente à população mais jovem, e alargou-se o topo, com o crescimento da população mais idosa", salienta o INE no comunicado hoje divulgado.

“Amanhã não vamos conseguir ter uma estrutura demográfica com mais vitalidade”, adverte Anabela Delgado, que sublinha que “não há medidas fáceis que alterem a estrutura da população”.

Envelhecimento da população ativa
O índice de rejuvenescimento da população ativa foi de aproximadamente 94, em 2011, o que significa que, potencialmente, por cada 100 pessoas que saíam do mercado de trabalho, entravam apenas 94.

Este indicador significa um enorme agravamento na última década face à anterior, quando era 143 – isto é, por cada 100 pessoas que saíam do mercado de trabalho, entravam 143 – portanto, entravam muito mais pessoas no mercado de trabalho que saíam.

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