Os pacientes que sofrem de Alzheimer poderão vir a recuperar a memória e outras funções cerebrais por meio de um novo tratamento. O anúncio foi feito este domingo por um grupo de especialistas que descobriu que um composto presente num fármaco já existente tem "enorme potencial" para, futuramente, vir a curar a doença degenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Os cientistas da Cleveland Clinic, no estado do Ohio, EUA, fizeram o "achado" de forma aleatória enquanto estudavam um medicamento destinado ao controlo da dor neuropática em pacientes que se encontram a fazer quimioterapia.
A equipa concluiu que a mistura de químicos em questão possui propriedades anti-inflamatórias que, no entender dos especialistas, poderão ser eficazes no tratamento de uma série de patologias, em particular a doença de Alzheimer.
O grupo de investigadores, coordenados por Mohamed Naguib, efetuaram vários testes pré-clínicos e observaram resultados "muito positivos", o que eleva as esperanças de que a continuação da investigação possa conduzir ao desenvolvimento e comercialização de um novo fármaco.
De acordo com as conclusões publicadas em Julho na revista científica Neurobiology of Aging, o composto MDA7 interage com os recetores cerebrais que são responsáveis pelos processos neurodegenerativos do Alzheimer, o que explica a sua importância.
Em consequência, a utilização do composto num medicamento destinado ao tratamento da doença poderia limitar a sua progressão e, ao mesmo tempo, restaurar as capacidades cognitivas, a memória e a plasticidade das sinapses - um "bloco" vital do sistema nervoso, indispensável à aprendizagem e ao armazenamento de recordações.
Em declarações ao jornal britânico Daily Express, o principal autor do estudo afirmou que o MDA7 se mostrou "eficaz na prevenção da progressão do Alzheimer". "O composto permitiu restaurar as funções cerebrais no modelo que testámos. É claro que há muita investigação a fazer, mas há aqui um enorme potencial", concluiu Mohamed Naguib.
"O desenvolvimento de um fármaco que possa tratar o Alzheimer poderá demorar ainda vários anos, mas esta é uma descoberta promissora a nível futuro", concluiu o especialista.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).
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