Médicos criam associação para defender boas práticas de uso de hormônios para adiar o envelhecimento
Durante o II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-Aging Medicine (WOSAAM), que acontece em São Paulo até domingo, será oficialmente lançada a Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia (Sobraf). Uma das primeiras atribuições da entidade é reiterar e esclarecer alguns aspectos da nova resolução do Conselho Federal de Medicina, divulgada nesta sexta-feira (19), no Diário Oficial da União, que proíbe o uso de hormônios com o objetivo de retardar ou prevenir o processo de envelhecimento.
De acordo com o médico ginecologista Ítalo Rachid, que ocupará o cargo de presidente da Sobraf, existem pontos da resolução que estão corretos e corroboram as boas práticas médicas. Porém, outros são incompatíveis com a própria fisiologia humana. “Ao proibir ‘a prescrição de tratamentos baseados na reposição, suplementação ou modulação hormonal para prevenir a perda funcional da velhice, doenças crônicas e promover o envelhecimento saudável, o CFM não atinge apenas os médicos, mas também especialidades que se utilizam dos hormônios para a redução das comorbidades do envelhecimento.”, afirma.
Para ele, os esforços da Sobraf visam também a salvaguardar o direito dos médicos de optarem livremente pela utilização de um modelo de medicina preventiva, desde que amparados por fundamentação científica e prática clínica direta na área.
O advogado Valter Carretas, que representa a Sobraf, afirma: “lançaremos mão de instrumentos judiciais para garantir que nossos médicos associados possam atuar de acordo com seus direitos de praticar livremente a medicina, em benefício da saúde humana.”
O geriatra Jorge Jamili ressaltou que a resolução do CFM levantou uma questão de interpretação sobre o anti-aging que certamente irá confundir a extensão das novas proibições impostas. “As práticas anti-aging são adotadas para promover o envelhecimento saudável, não barrá-lo”, disse. Para ele, hormônios são importantes e devem ter seus protocolos seguidos. “Nós, que lidamos com a longevidade saudável, defendemos isso, até porque nossas práticas não se resumem apenas à prescrição de hormônios, mas a todo um tratamento, cuja evolução é acompanhada e os resultados aferidos para garantir bem estar aos pacientes.”, complementou.
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