Segundo pesquisa, a atividade física protegeria contra infecções e problemas imunológicos que podem anteceder a perda de memória na velhice
Fazer pouca atividade física com regularidade ajuda a evitar a perda de memória em idosos (Thinkstock)
Um novo estudo da Universidade do Colorado, em Boulder, nos Estados Unidos, mostra que fazer uma pequena quantidade de exercícios físicos regularmente pode proteger idosos de perdas de memória que acontecem subitamente após uma infecção, doença ou lesão na velhice. Segundo os pesquisadores, ratos de laboratório que corriam pouco mais de meio quilômetro por semana já estavam protegidos.
"Nossa pesquisa mostra que uma pequena quantia de atividades físicas no final da meia-idade em ratos foi eficiente para protegê-los contra inflamações exageradas no cérebro e deficiências de memória de longa duração, posteriores a uma infecção bacteriana”, diz Ruth Barrientos, coordenadora do estudo, que será publicado na próxima edição do The Journal of Neuroscience.
De acordo com Ruth, a descoberta é importante porque pessoas com idades mais avançadas são mais vulneráveis a deficiências na memória, que acontecem após uma sequência de problemas imunológicos, como infecções bacterianas, ou de cirurgias. "Terapias eficazes não invasivas são de um valor substancial", diz.
Pesquisas anteriores já demonstravam que o exercício físico protege contra declínios nas funções cognitivas associadas ao envelhecimento, além de proteger contra a demência. Pesquisadores também já haviam demonstrado que a demência é frequentemente precedida por infecções bacterianas, como a pneumonia, ou por outros desafios imunológicos – como cirurgias. "Esse é o primeiro estudo a mostrar que o exercício voluntário em ratos reduziu a susceptibilidade do envelhecimento às deficiências cognitivas que se seguem a uma infecção bacteriana", diz Ruth.
Durante a pesquisa, descobriu-se que ratos infectados com a bactéria E. coli apresentaram efeitos prejudiciais no hipocampo, área do cérebro relacionada com o aprendizado e a memória. Como as células imunes do cérebro, chamadas microgliócitos, tornam-se mais reativas com a idade, essa infecção bacteriana nos ratos mais velhos desencadeou reações inflamatórias de forma exagerada e prolongada. Mas, segundo Ruth, "pequenas quantidades de exercício impediram que houvesse inflamação exagerada no cérebro."
De acordo com os pesquisadores, o próximo passo agora é examinar o papel que os hormônios do estresse podem desempenhar na sensibilização dos microgliócitos. Eles esperam descobrir ainda se o exercício físico é capaz de reduzir esses hormônios em ratos mais velhos.
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