Estimativas apontam que até o ano de 2020 cerca de 15% da população brasileira terá mais de 60 anos. Com o aumento da expectativa de vida tornou-se necessária à adoção de hábitos e recursos que promovam mais qualidade de vida na terceira idade. Os profissionais das diversas especialidades da área da saúde estudam o envelhecimento e atuam de maneira a minimizar os impactos deste processo. “A fonoaudiologia atua de varias formas, como em casos de alterações cognitivas, nas quais o foco é a comunicação do idoso”, explica a fonoaudióloga Nilse Waltrick Köhler.
A fonoaudiologia também é responsável pelo estudo, prevenção e tratamento de alterações de audição, voz, sucção, mastigação e deglutição. O profissional pode intervir antes mesmo que as enfermidades ocorram. “O fonoaudiólogo pode aconselhar e dar orientações aos pacientes para prevenir o surgimento de determinadas alterações. O especialista ainda pode aplicar medidas em qualquer estágio da evolução das doenças ligadas a comunicação e as funções vitais realizadas nas estruturas bucais”, ressalta.
Nilse, especialista em Motricidade Orofacial, integrante da equipe interdisciplinar da Köhler Ortofacial, aponta que os distúrbios da comunicação interferem de maneira negativa na vida do idoso, pois a ausência de estímulos do sistema comunicativo prejudica a funcionalidade de diversos órgãos e sistemas do organismo. “As dificuldades de expressão, compreensão da linguagem e processamento das informações recebidas favorece o isolamento, a inatividade e a deterioração das condições físicas e psíquicas do indivíduo”, destaca a fonoaudióloga, pós-graduada em Distúrbios Miofuncionais da Face.
Os distúrbios vocais também podem ser causados pelo envelhecimento. Rouquidão, gagueira, tremores na voz, mudanças no tom e no timbre vocal, variações na altura do som emitido e transtornos na ressonância estão entre estes distúrbios. “As patologias que afetam a voz e provocam problemas para deglutir, ou seja, engolir a saliva ou alimento, são resultado do funcionamento inadequado de múltiplos sistemas, como o neurológico, físico e psicológico”, observa Nilse, que trata seus pacientes em um contexto médico-odontológico-mioterápico.
A dificuldade para engolir, denominada Disfagia, é resultado de problemas neurológicos, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), Parkinson e Mal de Alzheimer. Os distúrbios que afetam a motricidade oral também prejudicam a deglutição, além de causar danos à fala e a mastigação. “Perda de dentes, doenças periodontais, atrofia da musculatura mastigatória e próteses sem o ajuste correto estão entre as principais mudanças anatômicas ou funcionais que se refletem na motricidade oral. Diminuição do paladar, da saliva e lentidão ao mastigar podem sinalizar o problema”, esclarece.
Engasgos, tosse após engolir e refluxo gastro-esofágico são outros sintomas que denunciam a presença de distúrbios ligados à motricidade oral. O envelhecimento, associado ao mau uso do aparelho vocal, ainda pode provocar alterações respiratórias, tensões musculares e problemas de postura. “Ao perceber estes sinais, o idoso deve consultar um fonoaudiólogo. A conversa com o profissional e a realização de exames é essencial para que seja feito o diagnóstico correto e seja possível indica o melhor tratamento de acordo com a situação”, acrescenta.
Comentários
Postar um comentário
Comentarios e Sugestões