Aprendizagem é destinada a pessoas com mais de 60 anos.
Professor conta que teve que se adequar, mas está feliz com resultado.
O aposentado Paulo levou até a vizinha para o curso
(Foto: Jéssica Balbino/ G1)
Câmeras nas mãos e olhar apurado. Assim cerca 20 idosos reúnem-se, semanalmente, no campus da PUC Minas em Poços de Caldas (MG) para o curso de fotografia, destinado exclusivamente a pessoas da terceira idade.
Segundo o mais recente Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado em 2010, o Brasil tem 20,5 milhões de idosos, o que representa 10,8% da população que vive no país.
Os dados revelam que a expectativa de vida aumentou e com isso, as exigências e necessidades das pessoas com mais de 60 anos também.
"É muito importante vir ao curso, sentimos que não estamos sozinhos”,Helena Carvalho - cinegrafista
Para atender este público, a coordenação de extensão da Pontifícia Universidade Católica (PUC) criou um curso de fotografia destinado apenas a terceira idade e o público-alvo aprova a iniciativa.
“É muito importante vir ao curso, sentimos que não estamos sozinhos”, dispara Helena Carvalho, 60 anos. Há 20 anos ela trabalha como cinegrafista, mas viu no curso uma oportunidade de dominar ainda mais os equipamentos eletrônicos, como as modernas câmeras fotográficas. “Eu não sei ligar direito a câmera moderna, trocar cartão e tudo mais. Quero me atualizar e o curso é a melhor oportunidade para isso”, pontua.
Foi também durante uma das aulas que ela reencontrou uma amiga que não via há tempos. A Helena Oliveira Pereira também está feliz com as informações recebidas. “Entramos em contato com as novas tecnologias, eu fiquei muito feliz em dizer para minha filha que iria ensiná-la a mexer na câmera”, dispara.
Ponto para o professor Lúcio Carvalho, que quer motivar os alunos a utilizar a fotografia no cotidiano. Esta é a primeira experiência dele com uma turma apenas da terceira idade. “Tem sido muito interessante, porque ao ouvi-los, também tive que me adequar. O maior objetivo é demonstrar, na prática, como eles podem utilizar a foto no cotidiano e explorar mais o olhar e o momento. O que eu percebo é que todos compreendem a parte teórica, mas tem dificuldades em lidar com a modernidade dos equipamentos e é isso que pretendo passar”, destaca.
Ao lado do professor, Paulo tira dúvidas sobre o equipamento (Foto: Jéssica Balbino/ G1)
Quem atesta isso é o advogado aposentado Paulo Sampê, 71 anos. Ele conta que sempre foi fotógrafo amador e que o convite para o curso veio em boa hora. “Eu sou do tempo em que se fotografava preto e branco, com filme de rolo. Hoje temos as câmeras digitais e tudo ficou mais difícil, porque não dominamos o equipamento e as câmeras nos dão um campo imenso de regulagens e do que pode ser feito, mas o curso tem sido bem proveitoso e eu estou aprendendo bastante, afinal, se não tiver uma foto boa, não tem uma recordação boa”, acredita.
O aposentado Paulo Ribeiro, de 60 anos também está empolgado com o curso. Ele está tão entusiasmado com aulas que levou, inclusive, a vizinha, Maria Aparecida Santos da Silva, de 60 anos, para o curso.
Helena Carvalho diverte-se durante as aulas de fotografia (Foto: Jéssica Balbino/ G1)
“Ele me convidou e eu achei interessante, porque gosto de fotografar, mas não domingo o equipamento. Eu fui para Natal (RN) há pouco tempo, mas só cliquei, nem sei ver as fotografias que tirei”, comenta.
Os motivos para cada um deles ter entrado no curso são vários. Ariadne de Albuquerque quer aprender os conceitos da fotografia para clicar o marido, os filhos, netos e os momentos vividos. “Eu não sei nada. Só tiro a foto e não sei nem ver o que saiu depois, o curso é uma oportunidade para entender mais”, destaca.
Quem está feliz com o resultado é o professor. “O que eu percebo é que os idosos tem a cabeça mais aberta, o olhar mais apurado e mais disposição”, finaliza
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