Programação ressalta demandas e conquistas da população idosa


Em função da proximidade do Dia Nacional da Pessoa Idosa, que será lembrado no dia 1º de outubro, o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa (Cedpi) realizou nesta quinta-feira, 27, na sede da Tuna Luso Brasileira, em Belém, o terceiro dia da programação da “Semana do Idoso”, que tem tido o apoio das Secretarias de Estado de Assistência Social (Seas), Saúde (Sespa) e Esporte e Lazer (Seel). A iniciativa tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida daqueles com mais de 60 anos e chamar atenção para a necessidade de ações que visem a integração social e a saúde dessa população.

A série de eventos conta com a participação de 2 mil idosos integrados ao programa “Vida Ativa” em quatro polos de funcionamento: Clube dos Advogados do Brasil (OAB), Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa do Pará (Asalp), Tuna Luso Brasileira e hospital Abelardo Santos, por meio do programa “Viva Mais”. Em todos esses momentos tem-se chamado a atenção para a questão do envelhecimento como quebra de paradigmas, conforme explica o coordenador estadual de Saúde do Idoso, Guilherme Moura.

Segundo ele, alcançar o maior tempo possível de vida é sim resultado de inúmeros esforços para aumentar a longevidade, mas para evitar que isso se torne um problema social, vários estudiosos no assunto, como geriatras, assistentes sociais e até pessoas ligadas ao Direito, têm se debruçado na sistematização de conhecimento e formação de gestores, prestadores de serviços e familiares sobre o processo de envelhecimento.

Conforme explica Guilherme, a atenção dada pela Sespa à população idosa tem sido a de assessorar municípios, que são os que atendem diretamente essa faixa etária. Os serviços - como o Hiperdia, que atende hipertensos e diabéticos - são disponibilizados nas Unidades Básicas de Saúde e nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), que são vinculados às secretarias de assistência social e responsáveis pela organização e oferta de serviços da Proteção Social Básica nas áreas de vulnerabilidade e risco social. “De uma forma geral incentivamos o envelhecimento saudável através de ações de prevenção da perda de capacidade funcional, com ênfase na independência física e psíquica, o acesso aos instrumentos diagnósticos adequados, à medicação e à reabilitação funcional”, explica.

Durante o evento, vários pronunciamentos foram feitos. Um deles ressaltou o aumento da proporção de pessoas acima de 60 anos em relação a de jovens no contingente populacional, bem como o aumento da expectativa de vida. Em 1980, a esperança de vida do brasileiro ao nascer era de, em média, 62 anos. Atualmente, é de pouco mais de 73. Em 2030, estará próxima de 80 anos. Dados do Conselho mostram que no Pará, de 2000 a 2010, houve um aumento de 70% na população de idosos do Estado. Só na capital paraense, de 88.860 idosos registrados em 2000, houve um crescimento de aproximadamente 67%, chegando a 148.201 idosos em 2010.

Também muito citado foi o Estatuto do Idoso, de 2003, o qual determina que a atenção à população idosa é responsabilidade da família, do Estado e da sociedade. “A família cuida como pode e o estado tem de se responsabilizar pela questão da velhice em toda a sua plenitude, inclusive no cuidar. Já a sociedade deve se organizar para exigir e fiscalizar”, ressaltou Waldir Macieira, promotor de Justiça da Pessoa Idosa e da Pessoa com Deficiência.

Atualmente, o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa (Cedpi) tem discutido, de forma permanente, a condução da oferta de políticas públicas para o cuidado com o idoso, muito em função da atual incapacidade da maioria das famílias de cuidar dos mais velhos, já que o número de descendentes vem diminuindo e já existe a nítida necessidade de sublinhar a discussão em torno da regulamentação da profissão de cuidador de idosos, uma vez que, pelas projeções do IBGE, em 2050 o Brasil terá uma população de 63 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o equivalente a 164 para cada 100 jovens, o que vai aumentar a demanda por esses profissionais.

Além de Guilherme Moura e de Waldir Macieira, demais autoridades tem participado da programação, como a secretária adjunta de Estado de Assistência Social e vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa, Meive Piacesi, e o delegado Ivens Monteiro, da Delegacia do Idoso. O grupo coreográfico da terceira idade da Seel também tem marcado presença em todas as solenidades. A programação prossegue nesta sexta-feira, 28, a partir das 8 horas, em Icoaraci, no hospital Abelardo Santos, e contará com a participação de 250 idosos que atuam no programa “Idade Ativa”.

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