Existem idosos adotando o “FICAR”
Esqueçam a imagem de um senhor com uma bengala na mão e de costas curvada, a cadeira de balanço e o banco da praça como representação da terceira idade. O estereótipo de um idoso sem atividade, que gasta o tempo de sobra na vida esperando apenas a hora passar, é coisa do passado. Ativa, autêntica, com vontade de conhecer novas experiências e querendo tudo para agora, a nova geração de idosos rejeita rótulos, e passa a adotar novos comportamentos, principalmente com relação à sexualidade.
A sexualidade vivida satisfatoriamente se tornou uma ferramenta essencial para o bem-estar da população idosa. O sucesso conjugal na terceira idade parece estar associado com intimidade, companhia e à capacidade de expressar sentimentos um para com o outro numa atmosfera de amor e carinho.
Pesquisas em alguns estados estão indicando que a nova geração de idosos mostra outra face ainda desconhecida por muitas pessoas no dia a dia. São independentes, gostam de tecnologia acessando a internet, viajando e conhecendo novas pessoas e culturas diferentes, exercitam-se, trabalham e encontram tempo até para noitadas e "ficadas".
Em alguns locais do nosso país, pesquisas mostraram que 47% dos idosos têm vida sexual ativa e 26% namoram ou têm "ficantes". Para a maioria das pessoas, o “ficar” significa qualquer tipo de relação afetiva que não demande um compromisso depois disso.
Os novos comportamentos estão relacionados com a melhoria na qualidade de vida. Medicamentos para evitar a disfunção erétil (“impotência sexual nos homens”.) e reposição hormonal para as mulheres contribuíram para aumentar o desempenho sexual das pessoas da terceira idade.
Uma nova preocupação surge para a saúde pública: as novas possibilidades de relacionamentos acabam gerando novos parceiros sexuais. Um novo comportamento que coloca em risco a saúde, pois muitos idosos nem pensam em usar camisinha. Nos últimos anos, o Ministério da Saúde registrou um crescimento no número de novos casos de AIDS, principalmente entre os homens da terceira idade.
O uso do preservativo ainda era tabu entre eles. Hoje, com tantas mudanças no comportamento sexual das pessoas da terceira idade, é fundamental a realização de trabalhos educativos e disponibilização da camisinha masculina, camisinha feminina e gel lubrificante. É importante também o incentivo para que os idosos realizem os exames para diagnóstico da sífilis e da AIDS, diminuindo assim o diagnóstico tardio que tanto vem comprometendo a qualidade de vida das pessoas.
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