O valor de um muito obrigado - A importância da família na vida do idoso especial começa na infância, onde carinho, proteção e educação, passam a ser chaves no processo de desenvolvimento psicomotor do portador de necessidade especial, seja qual for o grau de comprometimento da deficiência.
Continua com o apoio em diversos momentos da vida, na formação, no equilíbrio afetivo e no desenvolvimento físico e social. É assim, em meio a muita afetividade e estímulo, que Sarita vive.
Com 61 anos, ela é vaidosa, esbanja alegria e simpatia. Ao receber nossa equipe para a entrevista, ela distribui sorrisos e abraços. Sarita, teve meningite viral com um ano e dois meses. Na época, a família morava em Assunção, no Paraguai.
Segundo a mãe, Sara Judith Tatis De Lezcano, 79, um surto de meningite, no fim do ano de 1952 foi a causa do retardo mental da filha. "Desde pequenina, a Sarita aprendeu a lutar pela vida. Ela ficou por 22 dias em coma. Naquele tempo, cheguei a pensar que perderia a minha filha, mas ela deu a volta por cima para alegria de toda a nossa família", conta emocionada a mãe.
O pai de Sarita, um paraguaio igualmente cheio de vitalidade física, jogou bola profissionalmente em alguns clubes do país de origem. A carreira no futebol foi encerrada em Mandaguari (a 37 quilômetros de Maringá). Hoje, com 85 anos, Felix De Lezcano sofre com uma doença degenerativa, o Mal de Alzheimer.
Os sintomas começaram a surgir há seis anos. "Tirando o Alzheimer, que afeta a memória, a saúde dele é de ferro!", comenta dona Judith, que se desdobrar em cuidados com o marido e a filha.
A tarefa de cuidar da casa, do marido e de Sarita absorve praticamente todo o tempo de dona Sara que, vez ou outra, reveza-se com o neto e a filha caçula. Eles passaram a ser o braço direito dela nas funções cotidiana da casa. "Sempre que preciso ir ao banco, supermercado e ao médico conto com uma ajuda extra para nunca deixar nenhum dos dois sozinhos", explica.
E não é preciso dispor de muito tempo na casa da família para perceber o clima de amor existente e de uma convivência salutar. Pai e filha se abraçam, trocam gestos carinhosos um com o outro. "Sarita é a energia dessa casa. Apesar de ser especial, sempre a tratamos do mesmo modo que todos os outros filhos foram criados, com naturalidade", diz dona Sara.
Ela acrescenta que Sarita sempre teve autonomia das próprias vontades. "Observamos um progresso acentuado no desenvolvimento dela depois que começou a frequentar a Apae", destaca a irmã, Edith Lezcano Tatis.
Em casa, a família que sempre estimulou Sarita, vibra com os avanços conquistados no âmbito social. "Percebemos o quanto o aprendizado na Apae faz com que o especial se posicione frente à necessidades básicas", diz a irmã. Como exemplo, ela cita um episódio que surpreendeu toda a família.
"Um belo dia, oferecemos algo para ela comer e beber, e Sarita disse: não, obrigado!" isso foi motivo de muita alegria para toda a família.
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