Pesquisa avaliou 3 mil acima dos 60 anos. Em 83% dos casos, o medicamento tinha relação com o sistema cardiovascular. Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) identificaram fatores associados ao uso de múltiplos remédios entre 3 mil idosos de mais de 60 anos beneficiários do INSS. Os resultados, publicados na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, mostram que a prevalência de uso de medicamentos foi de 83% e os mais utilizados tinham relação com o sistema cardiovascular. A polifarmácia ocorreu em mais de um terço dos participantes e a média de utilização por pessoa ficou entre dois e cinco remédios.
A pesquisa apontou que 35,4% dos entrevistados utilizam diversos medicamentos (polifarmácia), sendo a incidência dessa prática ainda maior com a idade: no grupo de 60 a 69 anos, 28,3% dos idosos relataram o uso de mais de um remédio, enquanto entre os maiores de 70 anos, o percentual subiu para 42,7%.
Outro resultado indicado pelo estudo foi que as mulheres utilizaram mais medicamentos que os homens. Segundo os pesquisadores, isso poderia se explicar pelo predomínio do sexo feminino em idades mais avançadas no país. Eles também destacaram que a baixa escolaridade influi na compreensão e cumprimento da prescrição, uma vez que mais da metade dos participantes da pesquisa não tinha o primário completo. De acordo com os pesquisadores, o estudo evidencia a necessidade de aprimoramento da assistência farmacêutica para esse subgrupo da população.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos anos, a população idosa brasileira cresceu duas vezes mais que a população geral. A estimativa é que, em 2030, cerca de 19% do total de brasileiros estejam na terceira idade.
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