Técnica diminui em 50% mortalidade de idosos com calcificação da valva aórtica

Doença atinge um terço de idosos com mais de 75 anos. Cardiologistas estimam que nas próximas décadas, três milhões de pessoas sofrerão de estenose aórtica importante e precisarão de tratamento.Uma nova técnica para o tratamento de estenose aórtica, que é a calcificação da valva cardíaca, traz esperança para um terço dos idosos com mais de 75 anos. 
O implante de uma bioprótese aórtica, através de um cateter, substitui a cirurgia invasiva, não recomendada para pacientes idosos que apresentam alto risco para a cirurgia. O estudo sobre o implante por cateter, que comprova a eficiência do procedimento principalmente em pacientes com média de idade de 82 anos e de alto risco cirúrgico, foi apresentado no XXXIII Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo - SOCESP – como um trial, seção que determina como será a conduta médica a partir daquele encontro.O Estudo Partner acompanhou, nos últimos dois anos, 358 pessoas submetidas ao implante e o resultado foi extremamente satisfatório. A nova técnica diminuiu a mortalidade dos pacientes em 50%. Em todos os casos, os idosos estavam impossibilitados de receber tratamento cirúrgico convencional e eram submetidos apenas ao tratamento clínico. “Muitos portadores da estenose da valva aórtica apresentam uma saúde frágil, devido à idade avançada. Alguns já superaram um câncer ou sofrem de problemas pulmonares, portanto não resistiriam à cirurgia invasiva para troca da valva ou retirada do cálcio”, explica Flavio Tarasoutchi, que vai discutir os resultados deste estudo com diversos especialistas presentes no Congresso da SOCESP, em São Paulo.Segundo Tarasoutchi, a estenose aórtica está virando uma epidemia, uma vez que as pessoas estão vivendo mais. “A população está envelhecendo e a calcificação faz parte do envelhecimento natural da válvula. O cálcio dificulta a abertura da valva e o paciente sofre com falta de ar, dor no peito tipo (angina) e tontura. E corre risco de morte súbita”, explica.A conclusão do Estudo Partner mostrou que o procedimento de implante é tão eficiente quanto à cirurgia, não indicada para pacientes de alto risco. E a partir de agora, a nova técnica deveria estar disponível para todos que apresentam indicação. “Nosso próximo desafio é trazer a técnica para a rede pública. Atualmente apenas a cirurgia tradicional é feita pelo SUS”, ressalta Flavio Tarasoutchi.

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