Conheça os novos desafios da longevidade




Terceira idade tem exercícios programados para manter a força muscular e conseguir mais independência
Vocês vão conhecer nesta reportagem o trabalho produtivo e a vida agitada de profissionais como o médico Clodoaldo de Almeida e o comerciante Roman Sarkis.

Bem diferente da imagem dos oitentões que vestem o pijama e passam as tardes vendo TV ou jogando dominó e cartas, esses dois moradores de Ribeirão Preto são a prova viva de que a velhice mudou. Para melhor. O idoso tem um novo perfil e enfrenta com coragem o tempo extra que a modernidade lhe concede.

O fato é que o brasileiro ganha expectativa de vida maior a cada década.

Uma criança nascida em 2000 vinha ao mundo com a possibilidade de chegar aos 69,8 anos. Dez anos depois, essa mesma criança inaugura a existência com a previsão de tempo médio de vida de 73,9 anos.

Em 2050, vai ser ainda melhor. Os brasileiros terão como expectativa de vida a casa dos 80,7 anos.

Seria perfeito, se não fosse tão complexo. À medida que a longevidade cresce, os desafios que a acompanham ficam cada vez maiores.

Essa população de idosos, que não só viverá mais tempo, mas também se multiplicará, exigirá um batalhão de cuidadores, condições especiais de acessibilidade nas ruas e nos prédios, convênios médicos que lhes garantam bom atendimento a preços razoáveis e programas de lazer para rechear o tempo ocioso com algo menos prosaico do que uma simples conversa na praça.

Esse novo idoso está mais exigente e mais ativo. Prolonga a vida sexual com a ajuda de medicamentos de última geração e fica cada vez mais predisposto a novos casamentos ou experiências amorosas.

Também pleiteia viagens, que já pode fazer a preços especiais, com a ajuda de programas do governo federal ou de instituições como o Sesc (Serviço Social do Comércio).

Diante da explosão de vida desta população mais idosa, há quem já faça projeções pessimistas para a combalida previdência social brasileira, que será mais onerada, com o aumento potencial das pensões e aposentadorias. Não importa. Viver é a palavra de ordem desta geração.

Em 2000, Altinópolis virou referência

A divulgação do Censo de 2000, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que Altinópolis e Batatais eram as cidades com maior número de longevos, na região de Ribeirão Preto.

A classificação de Altinópolis estava entre as dez melhores do Estado de São Paulo.

Do total dos 15.481 moradores de Altinópolis, 775 tinham mais de 70 anos; 334 entre 70/74 anos; 219 entre 75/79 anos; e 202 tinham mais de 80 anos (1,3%) da população.
Em Batatais, com 51.112 habitantes, tinha 2.577 moradores com mais de 70 anos (5,04%) da população.

Na faixa entre 70/74 anos eram 1.177; entre 75/79, 721 moradores; e 679 com mais de 80 anos, o correspondente a 1,32% da população.

Estamos ficando mais velhos, afirma o IBGE

O Brasil registrou 23,5 milhões de idosos - pessoas com mais de 60 anos - no censo de 2010, feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este número mais que dobrou em comparação ao censo de 1990, que contabilizou 10,7 milhões de idosos.

Já o número de crianças até quatro anos, caiu de 16,3 milhões, em 2000, para 13,3 milhões em 2010. Os dados são do Pnda (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio).

São Paulo, o mais populoso Estado, concentra o maior número de idosos: 5,4 milhões.

Em seguida, vem Minas Gerais, com 2,6 milhões, e Rio de Janeiro, com 2,4 milhões.

Enquanto a população do Sudeste envelhece, a da região Norte está mais jovem: 57,6% da população nortista - mais da metade - tem menos de 30 anos.

“Os números revelam que houve melhoria na qualidade de vida, mais assistência médica e melhor distribuição de remédios, progressos na alimentação e pessoas, cada vez em maior número, participando de atividades físicas. Isso contribui para uma população mais idosa”, explica o IBGE, em nota.

Terceira idade cresce 50% em Ribeirão Preto

Em Ribeirão Preto, revela o IBGE, a população acima de 60 anos cresceu perto de 50% na comparação entre os levantamentos de 2000 com o de 2010.

Em 2000, na faixa entre 60/69 anos, tínhamos 12.736 homens e 15.807 mulheres (28.543 no total).

Em 2010 contabilizamos 18.077 mil homens e 23.182 mulheres (total de 41.259).
70/79 anos

Na faixa entre 70/79 anos, o censo de 2000 contou 6.565 homens e 9.656 mulheres (total de 16.221). Em 2010, registrou-se o seguinte crescimento: 9.539 homens e 14.077 mulheres (23.616).

Acima de 80

Em 2000, a população acima de 80 anos era composta de 2.077 homens e 4.353 mulheres (6.420).


Em 2010 foram 3.441 homens e 6.371 mulheres (total de 9.812).
Em 2010, Ribeirão chegou a contabilizar 59 habitantes - 56 mulheres e três homens – com mais de cem anos.

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