Ter amigos e bom humor é essencial para envelhecer bem; veja conselhos




Quando a vida está apenas começando, o futuro das coisas já vividas, das rugas e cabelos brancos parece muito distante, mas é bom não se enganar.

“Não tem mágica, não tem elixir da longa vida. Teremos que ser pró-ativos, nós teremos que plantar bem durante a nossa vida para colher muito bem, para termos uma velhice muito boa no final da vida”, afirma o geriatra do Hospital das Clínicas da USP Omar Jaluul.

Por isso, anote os conselhos de quem chegou longe e de quem estuda as vidas longas e saudáveis.

A dica número um parece ser essa: experimente o máximo que puder. “Mesmo a comida. Se nunca comeu, vamos experimentar”, diz Kiohei Maekawa, de 101 anos.

O médico assina embaixo. “Recomendamos que as pessoas não tenham um único plano, seja ele o plano alimentar, o plano da atividade física, o plano de relacionamento porque esse único plano pode falhar. Isso lembra muito aquele ditado popular de colocar todos os ovos em uma só cesta, de que isso é perigoso para quem planeja uma vida”, aponta o diretor do serviço de geriatria do Hospital das Clínicas da USP, Wilson Jacob Filho.

Quer viver mais e melhor? Reserve um tempo para estar com pessoas amadas. “A família é importante porque fortalece a gente e a família é doação, não é cobrança. É amor, é paz”, acredita a aposentada Neusa Museka, de 73 anos.

Além da família, cultive e mantenha amizades: “Com os amigos, nós nos sentimos um todo. Sentimos que todos nós temos as mesmas limitações, as mesmas satisfações. Assim faz com que nós nos sintamos fortes”.

Para ir longe com a memória em dia, não tem jeito, é preciso exercitar o cérebro desde cedo. E o melhor exercício? Aprender algo novo todos os dias. “Assim como o corpo precisa continuar em movimento, o cérebro também. Vamos comparar o cérebro com um músculo. Se a gente exercitar, ele vai ficar bom, forte, viçoso”, explica a terapeuta ocupacional Dejaína Carla Arins.

Pensar diferente. Mudar de atitude. Surpreender a família com novidades. Por que não? “O principal alvo é nós mudarmos a cabeça. Termos atitudes diferentes em reação a envelhecer. Envelhecer é bom, morrer cedo é que não presta”, destaca o médico gerontólogo Alexandre Kalache.

E o doutor Alexandre recomenda: abra espaço, muito espaço para a alegria: “O meu ex-sogro ele morreu há pouco tempo com 103 anos. E quando a enfermeira já no hospital perguntou a ele: ‘e filhos, quantos o senhor tem?’ A resposta dele foi: ‘por enquanto só tenho esses’”.
E ouça bem esse conselho em forma de sorrisos e gargalhadas: não tenha compromisso com o mau humor. “O bom humor nos ajuda a gente viver melhor, né”, avalia Mie Tomita, de 80 anos.

Quem já atravessou várias décadas aconselha: olhe para o futuro e faça planos. “Nós nos tornamos velhos a partir do momento em que nós não temos projetos de vida”, diz o empresário José Campestrini.

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