FILME: A arte de envelhecer (com música)




A arte de envelhecer (com música)
Bill Connolly, Maggie Smith, Tom Courtenay e Pauline Collins: sob o olhar atento de Dustin Hoffman
Subscrição das suas críticas
Trailer/Cartaz/Sinopse:
Quarteto"Beecham House", o lar para músicos aposentados, está numa verdadeira azáfama. Corre pelos seus corredores um rumor que está para breve a chegada de um novo residente e que se trata de uma grande estrela. Para Reginald Paget (Tom Courtenay), Wilfred Bond (Billy Connolly) e Cecily Robson (Pauline Collins), este tipo de conversa é habitual, sendo mais um mexerico da casa. Mas eles têm uma ...


Rezam as crónicas que, há várias décadas, Dustin Hoffman experimentou a realização. Foi em "Straight Time/Beco sem Saída" (1978), thriller em que o próprio contracenava com Theresa Russell. O certo é que desentendimentos vários entre Hoffman e o estúdio produtor levaram o actor a sugerir que fosse chamado Ulu Grosbard para concluir o projecto. E é, de facto, o nome de Grosbard que, no genérico, se segue ao "directed by".

Mais de trinta anos passados sobre esse percalço, aí está Hoffman a "estrear-se" a dirigir um filme, tendo como ponto de partida uma peça de Ronald Harwood sobre as divertidas atribulações de uma casa de repouso para antigas glórias do canto lírico. E não será de admirar se dissermos que o trunfo maior de "Quarteto" está no respectivo elenco: Maggie Smith, Tom Courtenay, Billy Connolly, Pauline Collins, Michael Gambon, Trevor Peacock, etc.

Que é como quem diz: uma colecção de excelentes profissionais do cinema e teatro britânicos, emprestando a "Quarteto" a agilidade e a alegria de uma galeria de personagens que enfrenta a difícil arte de envelhecer, inevitavelmente fazendo apelo à música e aos seus prazeres. Tudo acontece, aliás, a partir da preparação de um espectáculo interno para celebrar o aniversário de Verdi...

É bem verdade que o trabalho de Hoffman nunca ultrapassa os parâmetros mais rudimentares de um telefilme mais ou menos britânico (a produção é da BBC). O certo é que consegue fazê-lo, pelo menos, com um carinho especial pelas personagens (e seus intérpretes) que o faz escapar a muitos clichés dramáticos sobre os mais velhos. Para a história, vale a pena registar que, aos 75 anos, "Quarteto" valeu a Hoffman o "prémio revelação" (como realizador) atribuído no Hollywood Film Festival.

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