Idosos com sobrepeso e obesidade podem receber orientações para perda de peso?


O controle de peso em idosos com sobrepeso e obesidade permanece controverso. As orientações nutricionais que levam à perda de peso substancial podem ter efeitos prejudiciais, promovendo a sarcopenia, perda de densidade óssea e deficiências nutricionais. Por outro lado, a perda de peso moderada pode melhorar a resistência à insulina e complicações metabólicas, como a hipertensão e dislipidemias.

Segundo Wittert (2007), os idosos com sobrepeso e que apresentam uma ou mais condições clínicas relacionadas com a obesidade (como hipertensão, dislipidemia, resistência à insulina, intolerância à glicose), podem ser beneficiados com a perda de peso. Entretanto, não há evidências de que a perda de peso em idosos com sobrepeso, mas em boas condições de saúde, contribua para a redução de mortalidade.

Em recente revisão da literatura científica, Darmon (2013), verificou que nos idosos obesos, a dieta combinada com uma atividade física regular, visando à perda de peso moderada ou manutenção do peso, ajuda a estabilizar a massa magra, podendo exercer efeitos benéficos sobre a saúde do idoso. Assim, em alguns casos, sugere-se uma redução moderada de calorias (por exemplo, redução de 500-750 kcal/dia, em comparação com a dieta habitual), com uma ingestão adequada de proteínas de alto valor biológico, cálcio e vitamina D, juntamente com a prática de atividade física supervisionada por um profissional especializado.

Estudos têm demonstrado que a redução de peso moderada, principalmente a partir da perda de massa gorda abdominal/visceral, pode reduzir comorbidades associadas com a obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia, osteoartrite e pode melhorar a função física e a qualidade de vida dos idosos.

A obesidade em idosos ocorre concomitante ao declínio da altura relacionada com o envelhecimento e as mudanças na composição corporal, caracterizada por um aumento progressivo de gordura abdominal, visceral, além do declínio da massa magra e óssea. Portanto, a avaliação da composição corporal é extremamente indicada no acompanhamento nutricional do idoso.
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