A pessoa idosa na visão de nossos jovens e alguns adultos




“em situação inversa podemos observar os países do chamado Velho Mundo, como por exemplo, a China e Japão, onde a velhice é sinônimo de sabedoria”
O ser humano começa a vida como uma criança, que necessita de cuidados básicos (alimentação, saúde e limpeza…), após alguns anos torna-se adolescentes e jovens onde a principal preocupação dos pais é a sua formação escolar e religiosa. Para que tudo isso seja possível, os pais tiveram que trabalhar anos e anos a fio, gastando um considerável patrimônio financeiro, patrimônio esse que quase sempre lhes faltará na velhice, isso na melhor das hipóteses, pois existem filhos que se apropriam de seus bens, suas rendas, e ainda chegam ao cúmulo da agressão física e ou psicologicamente, agressão está que se dá através do abandono, menosprezo, zombarias. Para alguns filhos, suas ideias são consideradas ultrapassadas, portanto, devem ser largados à margem de sua família.
Na tentativa de minimizar tais desigualdades, foi criado o Estatuto do Idoso, para que este garantisse a mínima proteção, assistência, saúde à estas pessoas que muito já contribuíram para sociedade durante seus “anos produtivos”. No papel, essa lei ficou muito bonita, pena que não vemos o cumprimento da mesma, tanto pela sociedade como até mesmo pelos órgãos públicos. Mesmo após anos da implementação da Lei, ainda vemos os poucos “direitos” conseguidos, causarem indignação a muitas pessoas, pois estas teimam, burlam a lei, como no caso dos espaços destinados ao estacionamento para idosos, filas preferenciais nos bancos e comércio. Se os idosos fossem respeitados como deveria ser, não haveria necessidade dessa lei.
Em situação inversa podemos observar os países do chamado Velho Mundo, como por exemplo, a China e Japão, onde a velhice é sinônimo de sabedoria, e o idoso é respeitado pela vasta experiência acumulada nos seus anos de vida. Na cultura dessas sociedades, existe a tradição de se cuidar bem e reverenciar seus idosos, pois tal cultura é o resultado de uma educação de dignidade e respeito passados para as crianças desde muito cedo. Nesses países, a opinião dos anciãos é fundamental nas grandes decisões, pois os mais jovens consideram tais conselhos sábios e experientes.
Como podemos reverter essa situação no Brasil, em nossa cidade ou até mesmo na nossa casa? Na minha opinião, temos que estreitar o relacionamento com as pessoas idosas, ouvindo e valorizando suas histórias de vida, procurar conhecer mais os aspectos familiares desses idosos, repensarmos as atitudes do real valor do idoso em nossa sociedade, pois a população brasileira já é composta de 8,6% de pessoas com mais de 60 anos.
Se você tem uma visão contrária a isso, faça uma visita ao Lar dos Idosos, converse com dona Maria do Bosco, pessoa que há mais de 30 anos acolhe e tenta dar uma melhor condição de vida a inúmeros idosos, depois percorra os corredores e escolha ao acaso qualquer idoso e peça que o mesmo lhe conte sua história de vida.
Antecipadamente, digo que terá uma coisa em comum na maioria das histórias, verá que são pais que foram totalmente abandonados pela família, pois eram vistos e tratados como estorvos.

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