Tecnologia genética promete retardar o envelhecimento da pele


Com o avanço da tecnologia na área dermatológica, o código genético de cada um, pessoal e único, passa a ser utilizado com uma ferramenta a mais na eterna luta contra o envelhecimento. O sonho de uma pele eternamente jovem pode não estar tão longe de ser realizado. Ao realizar a análise de DNA, é possível criar tratamentos e cremes específicos de acordo com as características individuais de cada paciente. Mas, segundo os especialistas, o otimismo deve ser bem dosado, já que há um caminho a ser percorrido.

"Ainda existe muito a se desenvolver na área", diz a dermatologista Andrea Godoy. "Até o momento, nós não ‘consertamos’ alterações genéticas nem causamos mutações que revertam a queda de cabelos ou o desenvolvimento de câncer de pele", ressalta. Para Andrea, o tratamento com avaliação genética só oferece uma análise objetiva das deficiências e necessidades individuais. "Por exemplo, o exame auxilia na determinação e nas causas da flacidez, ajudando assim na escolha do ativo, ou seja, da substância que será adicionada ao creme que, pelo menos teoricamente, será capaz de parar ou reverter a evolução do processo", explica.

O dermatologista Adilson Costa reconhece que o futuro da dermatologia está no genoma, ou seja, no mapa genético dos pacientes, mas afirma que "ainda precisamos de estudos de acompanhamento a longo prazo e também da repetição dos exames realizados", sendo que só assim é possível avaliar se os produtos criados a partir da análise do DNA realmente atingiram o objetivo esperado. Enquanto isso é prematuro dizer que os tradicionais cremes manipulados em farmácia são menos eficazes do que os feitos com a análise genética do paciente, alerta.

De olho no futuro
As grandes empresas já estão de olho nessa evolução do mercado cosmético e dermatológico. No ano passado, o grupo O Boticário inaugurou a empresa Skingen, dividida em Skingen Lab e Skingen Pharma. "Nosso sistema de tratamento é baseado na análise de funcionamento dos genes que ficam em nosso DNA. Diferentemente de algumas propostas, a análise não é feita com o DNA diretamente, mas sim como RNA (ácido ribonucleico) produzido a partir de cada gene", conta Israel Feferman, diretor executivo. "A técnica proposta é bastante inovadora, pois une a avaliação clínica do dermatologista com uma análise de processos que ocorrem no interior da pele. A aplicação dessa técnica é nova, mas consideramos aperfeiçoada", acrescenta.

Feferman também defende a eficácia dos cremes manipulados de acordo com o código genético do paciente. Pois, como ele diz, já que o envelhecimento decorre da associação de diversos processos, é importante considerar todos eles na obtenção de um tratamento diferenciado. "Outro diferencial oferecido pela Skingen é a triplananotecnologia, que otimiza a entrega dos ingredientes ativos nas diferentes camadas da pele, no local onde precisam atuar efetivamente", diz ele. Com isso, o nível de personalização do tratamento aumenta, assim como a capacidade de atuar especificamente nas necessidades de cada paciente. "A análise baseada no RNA permite ainda avaliar a resposta ao tratamento com a repetição do teste e fazer os ajustes necessários na fórmula para alcançar a melhor resposta possível para o paciente. Nenhum outro sistema permite isso", garante.

Alta tecnologia tem seu preço. No caso, ainda altos. "O custo é compatível com um tratamento diferenciado, exclusivo e altamente tecnológico", justifica Feferman. O preço médio de cada pote para o tratamento Skingen fica entre R$ 500 e R$ 600, com duração de 30 a 90 dias, dependendo da prescrição. A coleta da mostra da pele é um procedimento do dermatologista e o custo pode variar de acordo com cada clínica. Após o procedimento, o material é enviado pelo profissional para o laboratório que faz a análise genética e então os cremes são manipulados de acordo com a indicação do dermatologista.
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A análise de DNA permite criar tratamentos e cremes específicos


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