Número de idosos na ativa cresce 132% em 11 anos



Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado
Com 72 anos, Veríssimo trabalha de segunda a sábado vendendo água de coco, numa rotina que se inicia

Quem passa pela esquina das ruas Barão do Rio Branco e 14 de Julho, em Campo Grande, pode notar um senhor de cabelos pouco grisalhos vendendo água de coco. As pessoas, que aliviam a sede com a bebida, certamente não fazem ideia que esse vendedor de coco, chamado Veríssimo Centurião, de 72 anos, integra uma parcela populacional que ganha peso no mercado de trabalho de Mato Grosso do Sul: o de pessoas com mais de 60 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse grupo somava no Estado, em 2011 (último dado), 92.640 trabalhadores, crescimento de 132% se comparado aos 39.868 idosos que trabalhavam em 2000.

Centurião conta que já fez muita coisa na vida: trabalhou em fazenda, frigorífico, usina, como cobrador de ônibus... “Desde que eu me entendo por gente, eu trabalho”, afirma. E se depender de sua disposição, continuará por muitos anos na ativa.
Uma das razões para Veríssimo seguir no mercado de trabalho é financeira. A venda de água de coco chega a render, em um bom mês, até R$ 2 mil. O rendimento supera o valor de seu benefício. “Quando me aposentei, em 2002, a aposentadoria dava três salários. Hoje mal chega a dois”, compara.


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