Envelhecimento prejudica nações


Aos 83 anos, o médico Paulo Viana não pensa em largar nem tão cedo a profissão que escolheu há 58 anos. Otorrinolaringologista, cancerologista e cirurgião, Viana, que hoje atua no Hospital Tricentenário, em Olinda, conta que a sua atividade é um dos fatores que faz com que a sua qualidade de vida seja preservada. “Eu não deixei minha profissão porque gosto do que faço.

Enquanto eu tiver vontade, estou nessa”, brinca. Ex-goleiro do Clube Náutico Capibaribe, por quem foi campeão pernambucano na década de 1950, é nos campos de futebol que Viana mantém sua forma física e reencontra os amigos. “Jogo bola duas vezes por semana. Sou o mais velho e o fundador da pelada. Só participa quem tem mais de 40 anos”, conta.

Ele não está sozinho. Atualmente, países de todo o mundo vivem o processo de envelhecimento da população. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira com 60 anos ou mais cresceu 55% entre os 2001 e 2011. Hoje, eles representam 12% dos brasileiros. “Populações em processo de envelhecimento vão impactar as perspectivas futuras de crescimento econômico, por conta da redução da mão de obra e de taxas mais baixas de poupança e investimento”, prevê estudo da Euromonitor International.

De outro lado, um dos problemas que mais preocupam os estudiosos é a insatisfação que está sendo gerada nos jovens. As altas taxas de desemprego e os altos custos universitários e de vida, em geral, são fatores que geram frustrações nesta faixa da população em países como Espanha e Grécia, onde a taxa de desocupação de pessoas com menos de 25 anos já ultrapassa o índice de 50%.

O professor Economia Internacional da Faculdade Boa Viagem (FBV), Olímpio de Arroxelas, destaca que a mudança na economia está gerando alterações comportamentais e culturais. Se antes os jovens conseguiam sair de casa para estudar, trabalhar e morar sozinhos, agora a situação é bastante diferente. “Eles estão voltando a morar com os pais e estão deixando de estudar porque os pais não podem financiar os estudos”.

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