Terceira idade compra mais do que investe


Pesquisa revela, no entanto, que há uma parcela do segmento que prefere poupar parte do que ganha.

Cláudio Silveira, diretor da Empresa de consultoria Quorum Brasil, diz que, apesar de 54% dos idosos pesquisados não investirem a renda que sobra, eles guardam dinheiro para comprar eletroeletrônicos e eletroportáteis para casa, gerando consumo. "A outra parte que guarda a longo prazo tem dinheiro basicamente na caderneta de poupança. Tanto faz se tem 20, 30 ou 70 anos, o brasileiro se acostumou a guardar na poupança", afirma.Dos 46% que investem, 34% direcionam o dinheiro para a caderneta de poupança e o restante se dividem entre imóveis (6%), fundos (6%) e ações (1%). No uso do dinheiro, os homens com idades entre 60 e 75 anos são mais poupadores, enquanto as mulheres, da mesma faixa etária, são mais "gastadoras". De todas as despesas dos pesquisados, 34% são com moradia, água, luz, telefone, dentre outros. Remédios e planos de saúde consomem 24% do orçamento; alimentação absorve 22%, cartões e prestações levam outros 8%, vestuário e lazer 4% e transporte 2%.

Silveira orienta, no entanto, que no momento dos investimentos, as pessoas devem considerar a facilidade para entendimento, a liquidez, garantia e a segurança.

Gastos preferenciais
Aos 82 anos, a aposentada Maria Aparecida Araújo segue alguns padrões dos idosos pesquisados. Ela gosta de direcionar parte dos gastos a eletrodomésticos, especialmente os mais caros e de qualidade, e para outros itens domésticos, como redes e lençóis. Nos dados levantados pela Quorum Brasil, 68% afirmam que escolhem os produtos que adquirem pela qualidade.

De acordo com ela, a maior parte da renda é voltada para a alimentação - devido às constantes visitas de amigos e familiares de outras cidades. Vivendo com uma irmã, de 80 anos, e com uma sobrinha, Maria Aparecida concorda que são poucos os produtos suficientes para atender pessoas idosas. Por conta da idade, Aparecida diz que limita os momentos de lazer a viagens para Ubajara, município do interior do Estado onde a família possui uma casa.

Turismo
Ela reclama da forma que as agências de turismo realizam os passeios e há 20 anos não se desloca para destinos mais distantes. "Com a idade a gente tem certas limitações. Podia ser uma viagem mais específica, mais calma, tranquila. Mas é uma correria muito grande. Tem que andar depressa, estar pronta na hora que o transporte chegar. Conheço isso bem porque já fiz muitos passeios", comenta.

Aplicações
46% dos idosos pesquisados afirmaram que investem parte do que recebem na poupança,( 34%), em imóveis, 6%, e em fundos, (6%)

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