Tranquilizantes aumentam o risco de demência em idosos


Os medicamentos benzodiazepínicos (BDZ), popularmente conhecidos como «tranquilizantes», são vulgarmente prescritos com o objectivo de tratar sintomas de ansiedade, depressão e insónia. Estima-se que em França mais de 30% das pessoas com mais de 65 anos façam uso desse tipo de medicamento.

Um estudo liderado pela investigadora francesa Sophie Billioti Gage sugere que o uso dos BDZ, como o alprazolam (frontal), bromazepam (lexotan), clonazepan (rivotril), diazepam (valium), zolpidem (stilnox), entre outros, associa-se a um risco aumentado de desenvolvimento demência a longo prazo em idosos.

Entre os sintomas da demência estão dificuldade em muitas áreas da função mental, como: linguagem, memória, percepção, comportamento emocional ou alterações da personalidade e redução das capacidades cognitivas (como cálculo, pensamento abstracto ou capacidade de julgamento).

O estudo acompanhou 1.063 homens e mulheres (idade média de 78,2 anos) que não apresentavam sintomas de demência no início da avaliação. O período médio de acompanhamento foi de 15 anos. Os participantes do estudo não tomavam qualquer tipo de BDZ durante os três anos iniciais após a sua inclusão no estudo. O desfecho principal do estudo foi a incidência dos sintomas de demência, confirmados através da avaliação de um médico neurologista.

Durante os 15 anos de acompanhamento, 253 novos casos de demência foram confirmados. Os autores concluíram que neste estudo um novo uso de medicamentos BDZ associou-se a um risco relativo de desenvolvimento de demência superior a 50%.

Considerando-se que os BDZ são muito prescritos, e existe a possibilidade de potenciais efeitos adversos na população em geral, o seu uso indiscriminado e generalizado deverá ser evitado.

O estudo foi publicado no British Medical Journal.


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