Reposição hormonal vira arma para obesos

Um dos estudos, apresentado em encontro da Sociedade de Endocrinologia, em Houston, acompanhou 115 homens por cinco anos, com baixos índices de testosterona. Com a reposição hormonal - seguida de dieta e exercícios -, a perda média foi de 16 quilos e a circunferência abdominal baixou de 107 para 98 centímetros.

Em outro trabalho, que revisou estudos mundiais sobre o tema e foi publicado no periódico Current Diabetes Reviews, Saad conclui que a reposição "pode ser eficaz porque melhora o humor e reduz a fadiga, o que pode motivar o homem a aderir à dieta e aos exercícios para o combate à obesidade".

"A testosterona não é medicamento antiobesidade e a reposição só deve ser feita por quem tem baixa produção desse hormônio. O que a pesquisa mostra é que a reposição hormonal otimiza a melhora de peso se estiver aliada à dieta e à atividade física", ressalta o endocrinologista João Eduardo Salles, professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia.

Redução
Os níveis de testosterona começam a cair naturalmente a partir dos 45 anos. A redução acentuada do hormônio é conhecida como andropausa e provoca perda da libido, de massa muscular, disfunção erétil, entre outros sintomas. "O que se sabe hoje é que a obesidade pode causar a redução de testosterona de forma mais rápida, principalmente a obesidade que tem como apresentação o acúmulo de gordura na circunferência abdominal", explica Salles.

Esse acúmulo de gordura na cintura pode reduzir a ação da insulina: além de causar predisposição para diabetes e hipertensão, causa redução na produção de testosterona. "A diminuição de testosterona leva à piora da obesidade. E a obesidade também pode levar à diminuição da testosterona. Provoca um ciclo vicioso".


O grave é que são poucos os homens que sabem sobre a andropausa e testaram os níveis de testosterona. Pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia, com apoio da Bayer, mostrou que 66% não sabem o que é andropausa e 64% nunca fizeram testes para medir o hormônio masculino. Foram ouvidos 5 mil homens, com mais de 40 anos.

"Chama a atenção o fato de grande parte dos homens não cuidar de nada: 59% não fazem dieta, 49% não fazem atividade física, 38% não vão ao médico com frequência. No entanto, 37% usam algum remédio para disfunção erétil. Eles não sabem que a queda da testosterona pode estar ligada a essa disfunção e a reposição pode melhorar a ereção", diz Archimedes Nardozza Junior, diretor do núcleo de pesquisa da SBU e coordenador da pesquisa.

Para Nardozza, a mensagem é que o homem precisa se tratar. "Ao contrário das mulheres, eles não vão ao médico. Esse é o grande mote da campanha da Sociedade Brasileira de Urologia: cuide-se", afirmou o especialista. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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