Perfil do idoso na Capital passa por mudanças


Antes relacionados aos momentos ociosos na Praça do Ferreira, agora, este público é visto em outras atividades
Na data em que é comemorado o Dia Nacional do Idoso, 1º de outubro, a sociedade reconhece um novo perfil do cidadão sexagenário, que passa a se cuidar mais, desfrutar de momentos de lazer e ser ativo no mercado de trabalho. No contexto da Capital cearense, o público idoso, antes relacionado aos momentos de ociosidade da Praça do Ferreira, agora aparece também em atividades físicas nos calçadões das praias, em momentos de lazer em bailes e cinemas e com participação significativa em empresas e trabalhos voluntários.
O casal Cid e Márcia Câmara revelam o que fazem para manter a qualidade de vida: atividade física e convívio com os amigos Foto: Viviane Pinheiro
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, (IBGE), na última década, a população idosa no Brasil cresceu mais de 100%, passando de 7,2 milhões para 18 milhões. Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostram o Ceará como o quinto Estado do País com maior percentual de pessoas com 60 anos ou mais.
De acordo com a secretária executiva do Fórum Cearense de Políticas para o Idoso (Focepi), Malu Justa, o idoso está se conscientizando da sua importância e se valorizando mais. "A população da terceira idade se reconhece como protagonista de sua história e passa a buscar seus direitos", afirma a secretária.
Vitalidade
Fazem parte desse grupo as amigas Celi Girão, 72, comerciante, a assistente social Josélia Almeida, 63, e a médica Idalina Costa, 58. Frequentadoras assíduas da exibição de cinema realizada no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura aos domingos, elas dividem o tempo entre a profissão e o lazer. "Todas nós trabalhamos o dia inteiro, mas sabemos que esta é a época em temos que aproveitar, sair com as amigas, se divertir", afirma Celi.
As estatísticas do IBGE mostram que a expectativa de vida do brasileiro aumentou de 60 para 73 anos. A garantia da longevidade a depende, além de outros fatores, de uma rotina saudável e ativa. Seguindo essa linha, as turistas de Santa Catarina, Dulce Zierhold, 68, e Iudi Scheunemann, 66, são exemplo de vitalidade. "Vamos para a hidroginástica, fazemos caminhada, e cuidamos também da estética, sempre no salão", garante Iudi. Para começar o dia bem, elas apostam na caminhada pela praia, regada à água de coco.
O sacerdócio não impediu o padre Paulo André Hérbert, 74 anos, de manter uma rotina saudável. De origem canadense, o sacerdote aproveita o cenário das praias da Capital para se exercitar. "Todos os dias, eu nado durante 40 minutos no mar e, antes de dormir, faço dez minutos de alongamento", conta, transparecendo jovialidade.
Além dos momentos de lazer, a manutenção das atividades profissionais, mesmo depois da aposentadoria, é um hábito cada vez mais comum na terceira idade. "Antigamente, os idosos eram colocados no cantinho da sala; hoje, eles são os provedores financeiros de muitas famílias", assegura Malu Justa.
Independência
"A pior coisa para o idoso é sentir dependente", atesta o economista Cid Câmara, que exerce funções administrativas em um escritório por meio período.
Sem revelar a idade, junto à esposa, a aposentada Márcia Câmara, ele dá a receita para uma vida tranquila na terceira idade: atividade física e convívio com os amigos. Além da rotina de trabalho, o economista preza por uma alimentação saudável, além de caminhadas diárias pela praia.
Inicialmente, o Dia do Idoso era lembrado em 27 de setembro. Desde 2006, a data passou a ser celebrada em 1º de outubro, fazendo referência à criação da Lei 10.741/2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, e ao dia internacional do idoso, comemorado desde 2003 pela ONU.

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