Idosos são os mais acometidos pelas doenças do coração


Se há um novo desafio que o Brasil e o mundo enfrentam na área da Saúde é a prevenção e a busca pela cura de doenças crônicas, aquelas que são persistentes e necessitam de cuidados permanentes. Um dos motivos para isso está no fato de que a população idosa vem crescendo em todo o planeta, e quanto mais se vive maiores são as chances de ser acometido por males desse tipo. Entre os mais conhecidos estão o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a hipertensão arterial e diversos problemas cardiovasculares. As doenças do coração são as que mais matam no mundo, e fazem parte das enfermidades do aparelho circulatório, a principal causa de mortalidade em idosos.
A boa notícia é que a crescente conscientização de que as pessoas precisam envelhecer com qualidade de vida se refletiu especialmente no encontro de soluções para doenças antes não tratáveis, que reduziam significativamente o tempo de vida, ou ainda para melhorar o bem estar do indivíduo que sofre com uma doença que não tem cura, mas, pode ser controlada. Nesse sentido, a área cardiovascular foi a que teve um dos maiores avanços na última década, com o apoio de pesquisas, da ciência e da tecnologia.
Além do progresso com novos medicamentos, há vários tipos de procedimentos realizados por meio das cirurgias minimamente invasivas, que até pouco eram utilizadas para tratar outros problemas de saúde, mas, não os do coração. “No Paraná elas começaram a ser realizadas nos últimos cinco anos. Mais de 300 pessoas passaram pelo procedimento”, diz a cirurgiã-cardíaca Andréa Dumsch de Aragón, do Centro de Referência em Cirurgia Cardíaca do Paraná.
“Muitos idosos não podem se submeter a uma cirurgia tradicional do coração, pois, não resistiriam ao procedimento. Para esse grupo, a cirurgia minimamente invasiva é uma alternativa neste momento. Ela permite recuperação mais rápida. Isso porque não é preciso serrar o osso do peito, como ocorre em uma operação convencional”, explica a cirurgiã.
Um dos mais novos e promissores procedimentos cirúrgicos feitos com o uso dessa técnica é o implante transcateter da válvula aórtica, a principal válvula do coração. Nesse caso, ela é substituída por uma prótese que assume totalmente a sua função: a de regular o fluxo e a passagem do sangue.
“Essa cirurgia, chamada de Transapical, é a mais nova esperança para quem sofre com a abertura incompleta da válvula aórtica, doença conhecida como estenose”, diz a cirurgiã, lembrando que, em média, a estenose aórtica acomete de 2% a 4% das pessoas com mais de 65 anos.
O procedimento começou a ser feito no Paraná há menos de dois anos. De lá para cá, cerca de 15 pessoas se submeteram à cirurgia. “Os resultados foram bastante positivos, alguns desses pacientes voltaram a ter uma vida normal”, finaliza Andréa Dumsch de Aragón.
Jovem de cabelo branco
É importante ressaltar que o Brasil é considerado um país jovem de cabelos brancos. Estima-se que em 2050, um em cada três brasileiros seja idoso, pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. Atualmente, o país tem pouco mais de 20 milhões de idosos, cerca de 11% da população. Em 2025 esse número deve chegar a 32 milhões.
Tratamentos feitos por cirurgia minimamente invasiva
- Troca da válvula aórtica
- Fechamento do defeito do sépto atrial (DSA), defeito cardíaco congênito
- Revascularização do miocárdio
- Reparo ou troca da válvula mitral
- Cirurgia de reparo da válvula tricúspide
Benefícios em relação à cirurgia convencional
- Menor trauma cirúrgico
- Reduz o corte de 20 centímetros feito em uma cirurgia tradicional para 6 cm
- Não é necessário serrar o osso do peito
- Menos riscos de sangramento e infecção
- Menos tempo de internação e recuperação mais rápida
- Menos dor
- Melhor resultado estético
- Paciente sai do centro cirúrgico já acordado

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