Exercício físico é melhor do que atividade intelectual para proteger a memória de idosos


De acordo com nova pesquisa, as atividades físicas, e não as que estimulam a mente, protegem o cérebro contra prejuízos que ocorrem com a idade


Atividade física: Além do corpo, exercitar-se protege o cérebro dos idosos (Thinkstock)
Segundo pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Grã-Bretanha, a atividade física pode ser melhor do que exercícios que estimulam a mente, como palavras-cruzadas, para proteger o cérebro contra o envelhecimento. Em um estudo feito com quase 700 idosos, esses especialistas concluíram que quem é fisicamente ativo tende a ter maiores volumes das massas cinzenta e branca do cérebro, o que indica que os prejuízos à memória e à cognição, que ocorrem naturalmente com a idade, são menores entre esses indivíduos.



A massa cinzenta é uma região do cérebro que possui o corpo das células nervosas e que abrange partes do órgão envolvidas no controle muscular, memória, fala e percepção sensorial, tais como ver e ouvir. A substância branca, por outro lado, conecta regiões do cérebro envolvidas no processamento das emoções, atenção, tomada de decisão e controle cognitivo. É normal que o cérebro diminua quando uma pessoa atinge uma idade mais avançada e, portanto, que essas funções sejam prejudicadas com o envelhecimento.

A pesquisa britânica, que foi publicada nesta terça-feira na revista Neurology, acompanhou, durante três anos, 691 idosos que tinham 70 anos no início do estudo. A equipe aplicou um questionário sobre atividade física, hobbies e outros hábitos, e também realizou exames de imagem no cérebro desses indivíduos.


Os resultados revelaram que os idosos que praticavam mais atividade física eram os mesmos que apresentavam o maior volume das massas cinzenta e branca no cérebro. Eles também mostraram estar mais protegidos contra lesões no cérebro que prejudicam a cognição e a memória em comparação com os idosos que se exercitavam menos. Os autores não encontraram, porém, diferenças significativas entre o cérebro daqueles que faziam mais ou menos atividades de lazer que não eram físicas, como palavras-cruzadas e leitura.

De acordo com os pesquisadores, no entanto, como o estudo foi observacional, trabalhos maiores devem ser feitos para confirmar esses achados.

CONHEÇA A PESQUISA

Onde foi divulgada: revista Neurology

Quem fez: Alan Gow, Mark Bastin, Susana Muñoz Maniega, Maria Valdés Hernández, Zoe Morris, Catherine Murray, Natalie Royle, John Starr, Ian Deary e Joanna Wardlaw

Instituição: Universidade de Edimburgo, Grã-Bretanha

Dados de amostragem: 691 pessoas de 70 a 73 anos

Resultado: Atividade física é melhor do que atividades intelectuais para proteger o cérebro contra lesões e para preservar as massas cinzenta e branca do órgão, e, portanto, preservando a memória e a cognição


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