Estimular hábitos saudáveis é a melhor política para o envelhecimento da população

O envelhecimento da população brasileira é um fenômeno que vem ocorrendo rapidamente nas últimas décadas, provocando mudanças na vida das pessoas, principalmente com relação à saúde. O estímulo a hábitos saudáveis é uma das melhores soluções para manter a qualidade de vida dos idosos e reduzir ao máximo o período de morbidade, em que as doenças são mais intensas. A opinião é do pesquisador e editor-chefe do American Journal of Health Promotion, Michael O´Donnell, que participou do Seminário Internacional “Inovações Assistenciais para Sustentabilidade da Saúde Suplementar”, organizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).


O Brasil não é o único país entre os emergentes cuja população está envelhecendo, afirma O`Donnell. Esse fenômeno, diz ele, está ocorrendo em todo o mundo e vem gerando impactos sobre o meio de vida em vários países. Segundo O´Donnell, em breve será publicado um estudo que vem sendo realizado pela Universidade de Stanford (EUA) que aponta para a compressão do período de morbidade a partir de hábitos saudáveis. Esse período é o tempo em que as doenças crônicas surgem naturalmente devido ao processo de envelhecimento. "As pessoas estão vivendo mais e podem passar mais tempo doentes ou viver mais com saúde", afirma O´Donnell.

De acordo com o pesquisador, o estudo vem sendo feito desde 1962 e analisa dois grupos de pessoas que nasceram entre 1930 e 1940, a maioria hoje com 70 a 80 anos. Parte desse grupo, que não fuma, controla o peso e faz algum tipo de atividade física, tem um atraso no período de morbidade em torno de 10 anos. Outro segmento do grupo, formado por corredores, teve um desempenho ainda melhor, atrasando o período de morbidade em 17 anos.

Michael O`Donnell afirma ainda que até pouco tempo atrás havia uma visão equivocada sobre como tratar a população mais velha. Havia uma dependência muito grande de profissionais da saúde, como médicos e enfermeiros, para assegurar a saúde das pessoas. Atualmente, essa garantia ocorre por meio de outros setores da sociedade e que permeia a produção agrícola, educação, transporte e outros setores que fazem parte da rotina dos cidadãos e que podem colaborar para a melhoria da qualidade de vida da população. "A agricultura precisa produzir mais alimentos saudáveis em substituição aos manufaturados que se encontram em grande quantidade no mercado", afirma O´Donnell.

"As lanchonetes das grandes redes de comida rápida vendem produtos baratos, mas que não agregam nada à saúde. Nosso organismo se vicia facilmente em gordura e açúcar que se encontram em profusão nesses alimentos, desenhados exatamente para isso", afirma o pesquisador. Além da alimentação, a atividade física é outro fator que influencia na compressão do período de morbidade. "Você não precisa estar numa academia ou ter um profissional especializado para te ajudar. Você mesmo pode planejar suas atividades que vão colaborar para a boa saúde, como subir escadas, ir andando para o trabalho, enfim, se movimentar", afirma eO´Donnell.

Além da melhoria da qualidade de vida, outra vantagem proporcionada pelos hábitos saudáveis é a economia que se tem nos gastos com saúde. Michael O´Donnell revela que existem vários estudos sobre essa possibilidade. Segundo ele, pessoas com sérios fatores de risco, que fumam, são obesas, se alimentam inadequadamente, bebem muito ou que consomem muito sal, açúcar e gordura, gastam mais com saúde. As pessoas que tem alimentação saudável, são ativas e não fumam tem uma economia média de até 70% com os gastos com saúde.
Fonte:http://www.ans.gov.br/index.php/a-ans/sala-de-noticias-ans/a-ans/1756-estimular-habitos-saudaveis-e-a-melhor-politica-para-o-envelhecimento-da-populacao 
http://www.planassiste.mpu.gov.br/news/estimular-habitos-saudaveis-e-a-melhor-politica-para-o-envelhecimento-da-populacao

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