China chama atenção para a saúde mental dos idosos


O dia 10 de outubro marca o 21º Dia Mundial da Saúde Mental. A China possui 178 milhões de idosos com mais de 60 anos de idade e um grande número destes sofre de depressões nervosas ou da doença de Alzheimer. A saúde mental dos idosos chineses não se encontra num trajeto de evolução otimista.

O senhor Li vive na cidade de Tianjin, no leste da China, e é um doente de Alzheimer.
"Como se chama e onde mora?"
"Não me lembro."
Hoje em dia, a população idosa ocupa 13% da população total da China e o país já entrou numa fase que pode ser classificada como sociedade em envelhecimento. O Dia mundial da Saúde Mental debruçou-se sobre o tema "Pessoas que sofrem de doenças mentais e estão acompanhadas gozam de uma velhice feliz", visando chamar a atenção da sociedade para as questões ligadas à saúde mental na velhice. O Dia Mundial da Saúde Mental foi instituído no ano de 1992 e foi promovido pela Associação Mundial de Doenças Mentais. Todos os anos, países de todas as regiões do mundo realizam atividades para pedir cuidados de saúde para a saúde mental.
O Ministério da Saúde da China, por seu lado, lançou hoje um relatório sobre a situação da saúde mental dos idosos no país. A vice-diretora do departamento de prevenção e controle de doenças, Kong Lingzhi explicou:
"Segundo uma pesquisa efetuada em algumas regiões, a percentagem de idosos com mais de 60 anos que sofre de Alzheimer pode chegar aos 4,2%. E apenas em Beiijing, a taxa de depressão nervosa que afeta pessoas com mais de 65 anos estima-se que esteja em cerca de 4,4%. "
De acordo com um estudo internacional, devido ao declínio da função física e a fatores ambientais, os idosos tornam-se mais suscetíveis de sofrer de doenças mentais. Entre o grupo de idosos chineses com mais de 65 anos de idade, 26% estão sofrendo doenças mentais.
Embora não sejam calros os fatores que influenciam o desenvolvimento desse tipo de doenças, situações como aposentadoria, doenças físicas, mudanças no casamento e relações com filhos podem atuar como gatilho para as doenças mentais. Prevê-se que a população idosa da China atinja as 400 milhões de pessoas até 2050, um terço da população total. Neste cenário, o país enfrentará mais desafios nessa área. Quanto aos problemas, Kong Lingzhi confessou:
"Em primeiro lugar, destaca-se a falta de recursos. Na China, cada dez mil pessoas compartilham em média 1,58 cama no departamento psiquiátrico nos hospitais. A nível mundial esse número se situa nas 4,36 camas. Segundo, faltam especialistas em psiquiatria, situação que não permite atender às necessidades fundamentais do país. Além do mais, a garantia médica do país ainda precisa de ser reforçada."
Nos últimos três anos, o governo investiu 15,4 bilhões de yuans na melhoria das instituições de saúde mental e na aquisição de equipamentos relacionados, além de 6 milhões de yuans em formação de especialistas. No futuro, os departamentos da saúde planejam incluir a inspeção de Alzheimer no exame físico normal a idosos.

Comentários