A importância da atividade física na qualidade de vida do idoso



No Brasil a expectativa de vida é de 75 anos para as mulheres
Em comemoração ao dia internacional do idoso que foi ontem (1) de outubro, a reportagem especial de hoje é um artigo da acadêmica do 8º semestre de Educação Física da UNIC (Primavera do Leste), Jaqueline de Assis Andrade que trata sobre o papel da atividade física para a qualidade de vida do idoso.
Segundo a OMS, o termo idoso é usado para classificar cronologicamente pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de 60 anos de idade em países em desenvolvimento. No Brasil a expectativa de vida é de 68 anos para os homens e 75 anos para as mulheres, de acordo com OMS.
Segundo apontam os números do censo do IBGE (2001), os cidadãos brasileiros que já se encontram acima dos 60 anos somam aproximadamente 14,3 milhões de habitantes. Esta mesma fonte estatística projeta para o ano 2025 um crescimento da população de idosos que colocará o Brasil como o sexto país do mundo no ranking dos países com o maior número de idosos entre os seus habitantes.
O fenômeno do envelhecimento populacional que ocorre no mundo levanta questões importantes, seja do ponto de vista pessoal, seja do ponto de vista socioeconômico, questões estas que são interdependentes. A mais importante dentre essas questões é saber se o ciclo de vida aumentado pode ser vivido com qualidade, ou se tratará apenas de um período de aumento de estados patológicos e de morbidade que precede a morte.
A duração do período de morbidade tem implicações sociais, pessoais e médicas de amplas dimensões. Para o indivíduo, tal período, vivido por um longo prazo, representa sofrimento físico e psicológico e possibilidade de dificuldades financeiras muito sérias. Para sociedade, ter um contingente com um número maior de indivíduos atingindo o limite do ciclo de vida aumentado pode ser vivido até seu final de forma saudável, com autonomia, independência e qualidade para o indivíduo, isto representa um período de tempo que reflete um mosaico de memórias felizes, bem como culminância e a síntese de projetos de uma vida bem vivida, e não acarreta um desastre econômico-social para as nações.
Os processos de envelhecimento se iniciam desde a concepção, sendo então a velhice definida como um processo dinâmico e progressivo no qual ocorrem modificações, tanto morfológicas, funcionais e bioquímicas, como psicológicas; progressiva perda das capacidades de adaptação do indivíduo ao meio ambiente; maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos; processos de desenvolvimento social e psicológicos alterados em algumas das suas funções; problemas de integração e adaptação social do indivíduo. Dessa forma, a velhice não é definível por simples cronologia, e sim pelas condições físicas, funcionais, mentais e de saúde do indivíduo. As alterações mais perceptíveis são:
Alterações anatômicas: pele, cabelos, enfraquecimento do tônus muscular e da constituição óssea, articulações tornam-se mais endurecidas;
Sistema Cardiovascular: dilatação aórtica e a hipertrofia e dilatação do ventrículo esquerdo do coração.
Alterações fisiológicas: Lentidão do pulso, do ritmo respiratório, da digestão e assimilação dos alimentos; decadência de sua capacidade de satisfação sexual.
O processo do envelhecimento, do ponto de vista fisiológico, não ocorre necessariamente paralelo ao avanço da idade cronológica, apresentando considerável variação individual. Este processo é marcado por um decréscimo das capacidades motoras, redução de força, flexibilidade, velocidade, dificultando a realização das atividades diárias e a manutenção de um estilo de vida saudável. As alterações fisiológicas de perda da capacidade funcional ocorrem durante o envelhecimento em idades mais avançadas, comprometendo a saúde e a qualidade de vida do idoso e são agravadas pela falta de atividade física.
Uma das principais causas de acidentes e de incapacidade na terceira idade é a queda que geralmente acontece por anormalidades do equilíbrio, fraqueza muscular, desordens visuais, anormalidades do passo, doença cardiovascular, alteração cognitiva e consumo de alguns medicamentos.
A atividade física contribui na prevenção das quedas e doenças através de diferentes mecanismos como: melhora da velocidade de andar, melhora no equilíbrio, aumento do nível de atividade física espontânea, melhora da autoeficácia, contribuição na manutenção e/ou aumento da densidade óssea, fortalecimento da musculatura, melhora dos reflexos; melhora da sinergia motora das reações posturais; manutenção do peso corporal; aumento da mobilidade.
Assim, a atividade física regular e sistemática, aumenta ou mantém a aptidão física da população idosa e tem o potencial de melhorar o bem-estar funcional e, consequentemente, diminuir a taxa de morbidade e de mortalidade entre essa população. Resultados de pesquisas recentes mostram uma associação favorável entre atividade física, aptidão física e fatores de risco para doenças cardiovasculares entre a população idosa, sugerindo um efeito da atividade física como fator de proteção para esse grupo de pessoas.
Cada vez mais estudos vêm evidenciando a atividade física como recurso importante para minimizar a degeneração provocada pelo envelhecimento, possibilitando ao idoso manter uma qualidade de vida ativa. Visto que ela tem o potencial para estimular várias funções essenciais do organismo, mostra-se não só um coadjuvante importante no tratamento e controle de doenças crônico-degenerativas (como diabetes, hipertensão, osteoporose), mas é também essencial na manutenção das funções do aparelho locomotor, principal responsável pelo desempenho das atividades da vida diária e pelo grau de independência e autonomia do idoso.

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