Trabalho voluntário dá novo sentido a vida de aposentados de Uberaba, MG


Grupo oferece apoio aos pacientes do Hospital Hélio Angotti. Dos quase 100 voluntários, metade é composto pela terceira idade. A terceira idade chega e, com ela, para muitos o período de se aposentar. Enquanto alguns aproveitam o tempo livre para descansar e curtir a família, um grupo de aposentados em Uberaba, no Triângulo Mineiro, resolveu se dedicar ao voluntariado, uma forma de dar um novo sentido para a vida.
Na cidade, um grupo de mulheres dedica parte do tempo a uma associação que ajuda pacientes do Hospital Hélio Angotti. Das quase 100 voluntárias, metade é composta pela terceira idade. A dona de casa Sirlei Almeida é uma das fundadoras do grupo que atua há 14 anos. Em dois dias da semana ela doa parte do trabalho e, em épocas de bazar, fica ainda mais tempo organizando as peças. “Recebemos muita graça, alegria e saúde dos amigos com o nosso trabalho”, disse.
O grupo de voluntários é dividido em funções, tem a turma do lanche que prepara o refresco e o cafezinho para levar aos internos do hospital e as costureiras que fazem uniformes duas vezes por semana. Quem coordena essa parte do trabalho é a dona de casa, Irma de Lourdes Oliveira, que acredita que o trabalho é como uma terapia. “A gente trabalha na maior alegria, passa as tardes sem pensar em problemas”, lembrou a dona de casa.Para a dona de casa Honrina Ribeiro de Carvalho, que criou cinco filhos, ajudou a educar 12 netos e agora já está mimando a bisneta, depois de dar tanta atenção em casa, hoje é preciso se dedicar ao trabalho voluntário. Para isso ela conta com a ajuda da filha e do marido. “Nós saímos daqui com o leite, com o café, com os pães e uma vasilha de bolo para servir o café na instituição”, contou a dona de casa.
Segundo a tesoureira da associação de voluntários, Celeste Helena Carvalho, quem chega à associação para conhecer, quase sempre acaba ficando. “A terceira idade esta firme. Ela é assídua e é entusiasmada. Trabalha com muito carinho”, afirmou a tesoureira.
Com 94 anos, a voluntária Ana de Paula Santos, é uma das mais antigas do grupo. Virou voluntária há 10 anos e não quer largar o que faz. “Gosto demais de trabalhar com o voluntariado. Fui criada trabalhando e quero morrer trabalhando”, disse.
Para a psicóloga Ilcea Borba Marquez, o trabalho voluntário pode oferecer nova motivação. “As pessoas maduras e com uma característica pequena de tendência depressiva conseguem buscar outra coisa, conseguem até mesmo buscar uma profissão aos 70 anos de idade. Vão buscar um caminho que elas adiaram e agora se dão o direito de ir atrás dele, mas outras pessoas não conseguem fazer isso e precisamos alertar que é muito bom continuar se sentindo produtivo e importante socialmente”, concluiu.

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