Internautas da terceira idade são cada vez mais comuns no Brasil


A terceira idade invadiu a internet. E o Bom Dia Brasil conversou com um grupo para lá de empolgado com as novidades da rede.

“Já aprendi o e-mail, que eu não tinha. Aprendi a passar e a receber e-mail, e fazer uma cópia. Agora estou aprendendo as outras coisas: a colar, passar o bilhete para o e-mail. Está sendo muito útil para mim”, revela a aposentada Lucia Pinto da Silva.

Quem fala é uma pessoa experiente na vida, mas novata no mundo dos e-mails e das redes sociais. Quanto prazer ela e as colegas estão tirando desse novo mundo. Aqui ninguém tem menos de 60 anos.

“Já falo com os filhos, com as netas: ‘vó, formidável’, isso eu não quero saber, eu brinco a beça. É ótimo, uma coisa que me deu nova vida. Se eu tenho poucos anos, esses poucos anos eu vou aproveitar”, diz Emília Magalhães Mattos.

Mas por que, e para que, alguém com a idade de dona Emília Mattos vai aprender a usar um computador?

“Aprender é sempre bom. Essas pessoas não estão aprendendo apenas a usar um computador. Elas estão aprendendo a viver em um momento atual. Elas estão aprendendo a contatar com parentes com quem eles não falam mais, porque moram longe. Além disso, passa para eles a capacidade, a informação de que eles têm condições de saber coisas novas”, explica Renato Veras, diretor da Universidade Terceira Idade/Uerj.

Para os jovens, que já nasceram na era da internet, usar o computador é tão fácil quanto, digamos, beber água quando se está com sede. Mas para a geração em que uma carta podia levar meses entre ser escrita e ser recebida, computador assusta.

“No começo foi muito difícil. Mas é o medo que eu tinha medo, de repente, do computador dar defeito”, conta a aposentada Arivete Paulo e Silva.

Com ou sem medo, elas enfrentaram o desafio. “Antes eu tinha medo, achava que não ia aprender. Só pedindo ‘faz isso para mim?’. Agora eu quero e vou conseguir”, diz a aposentada Regina dos Santos Lopes.

A turma é do Rio de Janeiro, mas a tendência é nacional, mostra uma pesquisa. São homens e mulheres com renda média mais alta do que a dos internautas em geral: quase R$ 3 mil contra R$ 2 mil. Destes, 78% têm casa própria e 35% viajaram para o exterior pelo menos três vezes nos últimos dois anos.

Os homens usam mais o computador do que as mulheres da mesma faixa etária. E os jovens perdem feio na comparação sobre quem usa mais a internet para ver notícias, acessar páginas de bancos e sites de viagem: 78% contra 68%.

Vovô e vovó, agora, veem a uva e chegaram ao futuro. “Ainda estou com 75, ainda tem muita coisa”, fala Eldemira Fernandes Martins.





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