ARTIGO: A MÚSICA NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO

Resumo
Realizamos uma pesquisa sobre a importância da musica na qualidade de vida do idoso. A pesquisa teve como objetivo levantar reflexões da importância da musica nas relações sócias e a melhoras por ela trazidas. Observamos essa mudança através da pesquisa de campo realizada na Instituição Lar São Vicente de Paulo, na cidade de Batatais –SP, e do levantamento bibliográfico. No final percebemos que as atividades envolvendo contribuem para o resgate de acontecimento e lembranças vividas, houve também benefícios para a melhoria na inter-relação da convivência com os outros idosos.
Palavras-chave: Idoso, música e benefícios.

Introdução
Foi realizada uma pesquisa na Instituição Lar São Vicente de Paulo, em Batatais – SP, tendo como tema “A utilização da música na melhora da qualidade de vida do idoso”.
A pesquisa teve como objetivo levantar reflexões acima da importância da música para a melhora na qualidade de vida dos idosos. Também foi observada a influência da música na vida social, ou seja, no contato entres os idosos, e se os idosos participantes das atividades obtiveram alguma melhora.
Pesquisa realizada primeiramente com levantamento bibliográfico e posteriormente com estudos de campo onde a coleta de dados foi realizada através de observação e aplicação de questionários, sendo de caráter quantitativo. Buscamos utilizar a entrevista em forma de questionário para a coleta de dados acerca das dinâmicas aplicadas ao longo do projeto, verificando através das respostas o índice de melhora da qualidade de vida no cotidiano dos idosos.
Desenvolvimento
Assim como em todas as outras fases da vida o preconceito esta presente e na velhice não é diferente, e o resultado deste preconceito existente em relação aos idosos é de que muitos passam a ter o sentimento de inferioridade, ou seja, eles acham que não podem fazer mais nada por estarem velhos, porém como vemos em muitas pesquisas, inclusive na nossa os idosos tem a plena capacidade de realizar diversas atividades e é de extrema importância estes estímulos, pois assim sentem-se mais capazes e passam a perceber que este preconceito não passa de um “tabu”.
Segundo Tourinho (2004), “a música é um estímulo potente para a evocação de lembranças e é lembrando que podemos avivar fatos inconscientes que ampliam o significado do ‘ser velho’”.
Envelhecer é inevitável, porém sentir-se velho é um estado de espírito, que quando bem trabalho psicologicamente, traz em sua bagagem uma naturalidade para se viver o dia a dia, resgatando boas e más lembranças de toda a vida, fazendo com que elas tenham significado e sejam repassadas as outras pessoas ao redor, de todas as gerações, em forma de experiência e aprendizado, e foi por meio da música que conseguimos abstrair dos idosos esta tarefa, usando-a como estímulo das recordações.
Percebemos que quando a música esta presente na vida dos idosos participantes, alem de aumentar a autoestima, ela modificou a visão que tinham da vida. Começaram a prestar mais atenção nos pequenos detalhes que estavam ao seu redor como, por exemplo, no azul do céu como disse uma das idosas.
Diante do estudo realizado e dos resultados obtidos não podemos deixar de destacar que ao mesmo tempo em que a musica trás lembranças boas ela trás também lembranças “ruins”, isto é, lembranças de momentos em que se passou por dificuldades. Lembro de uma idosa que ao ouvir uma musica que tratava da vido no campo, ela disse com um ar de tristeza que também viveu no campo e passou dificuldades financeiras. Em outro caso um idoso retirou-se da sala onde esta sendo realizada a atividade. Logo após conversamos com a psicóloga ela nós informou que ele havia saído por ter se lembrado do falecimento recente de sua esposa.
Estas e vários outros relatos vieram em momentos de extrema sensibilidade emocional, trazida por musicas escolhidas pelos próprios idosos para as dinâmicas, que como de forma inconsciente os transportava para dentro de suas histórias, fazendo-os revivê-las intensamente.
Vemos que ao trabalhar com a música ela trata mais da parte psicológica e cognitiva dos idosos e quando combinada com atividades físicas se torna completa por agregar também a parte física e social, principalmente quando desenvolvida em grupo.
Em se tratando de indivíduos idosos, a música tem um papel significativo no sucesso das sessões de exercícios, tornando relevante a escolha da seleção musical que contribua para o prazer de estar naquele ambiente e para a motivação na prática da atividade (TEEL, CARSON, HAMBURG e CLAIR, 1999; VAN NORMAN, 1995, 1998).
Conclusão
Concluímos que atividades envolvendo músicas, aplicadas em idosos residentes neste asilo, contribuem para resgatar acontecimentos e lembranças vividas. Percebemos que a maioria dos idosos que participaram das atividades lembrou por meio da música seus respectivos passados, portanto a musica foi o principal fator para conseguirmos criar vínculos, entender e observar mais a vida de cada um deles. Proporcionamos com as músicas trazidas nas atividades benefícios para a melhoria na inter-relação da convivência com os outros idosos.
Podemos constatar que as pesquisas teóricas feitas sobre a melhoria que a música traz na vida dos idosos são objetivas e reais. A mudança notada no dia a dia destes são positivas e benéficas, melhorando a qualidade e expectativa de vida.
Sendo assim, este projeto contribuiu tanto para os alunos, pois adquiriram um conhecimento profissional e pessoal, quanto para os idosos do asilo, onde estes obtiveram uma melhora em seu dia a dia.

ANDRÉIA DA SILVA[1]
BRENDA CAROLINE FERREIRA TREVIZANI1

ELAINE CRISTINA MAZARON1
ISADORA GARCIA COVAS1
NICOLLE FERRAREZI BALAN1
ANA PAULA BARBOSA[2]
Referências Bibliográficas:
TOURINHO, L. M.C. Musicoterapia e a terceira idade: uma experiência clínica na CGABEG. Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação-Especialização em Musicoterapia do Conservatório Brasileiro de Música. Rio de Janeiro, 1999.
TEEL, C.; CARSON, P.; HAMBURG, J.; CLAIR, A. Developing a movement program with music for older adults. Journal of Aging and Physical Activity, Champaign, v. 7, p. 400-13, 1999.
VAN NORMAN, K. A. Exercise programming for older adults. Champaign: Human Kinetics, 1995.
[1] Alunos do curso de Psicologia da Universidade de Franca – SP, cursando o 4º semestre N, na disciplina de Laboratório de Pesquisa II.
[2] Orientadora do projeto e docente da Universidade de Franca – SP, Especialista em Didática, Mestre em Educação pela Universidade Federal de São Carlos, Doutora em Serviço Social pela UNESP de Franca – SP.

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