Andropausa pode causar danos a memória


Conhecida popularmente como andropausa, a queda na produção de hormônios masculinos pode ser chamada de DAEM (Deficiência Hormonal Provocada pelo Envelhecimento Masculino), ou até mesmo de hipogonadismo masculino tardio. Independentemente do nome, as consequências são as mesmas: queda da libido, disfunção erétil, irritabilidade, depressão, falta de memória, perda muscular e óssea e outros sintomas.
Apesar de os homens procurarem ajuda médica apenas quando os sintomas da queda de hormônio estão relacionados ao desempenho sexual, é possível notar outros sinais no paciente, como perda de força muscular, ganho de cintura abdominal, desânimo e até mesmo alteração do sono.
De acordo com Alexandre Hohl, presidente do Departamento de Endocrionologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), as principais consequências do diagnóstico tardio são a piora na qualidade de vida do paciente, risco de fraturas e o surgimento do diabetes.
Surgimento - Lincoln Pesinato, urologista do Hospital e Maternidade Brasil, diz que não se sabe bem o que acarreta a queda na produção de hormônios, que tem início por volta dos 60 anos. “A menopausa é discutida há anos, já a deficiência hormonal começou a ser alvo de estudos há seis e ainda é algo obscuro”, explica.
Hohl acredita que o hipogonadismo masculino tardio afeta entre 10% e 20% dos homens acima de 40 anos de idade. “Atinge parcela pequena dos homens, diferentemente do que acontece com as mulheres, que têm parada total da produção hormonal na menopausa”, pontua Pesinato.
Tratamento - Apesar do preconceito por parte dos homens, a melhor maneira de diagnosticar e tratar a doença é procurar médico de confiança. O recomendado é o tratamento de reposição hormonal, com testosterona, porém aqueles com doenças ativas na próstata ou na mama não podem utilizar o método.
“A reposição tem de ser muito exata, pois o tratamento pode acelerar o processo de câncer na próstata”, diz Pesinato. Segundo Hohl existem outras formulações de testosterona como gel, adesivo e comprimido gengival, porém nenhum deles está disponível no Brasil.
A falta de grandes estudos sobre o assunto, o resultado destes tratamentos ainda é incerto. De acordo com Pesinato, há casos que a dosagem de hormônio faz com que o paciente melhore, porém em outros casos não ocorre melhoras. 

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