Gerontólogos se preparam para cuidar da ‘melhor idade’

Gerontólogos tem um papel diferente de geriatras - Foto: reprodução

"Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira para 72 anos, não existem muitas alternativas a não ser investir em políticas públicas para oferecer mais qualidade de vida ao idoso".
A declaração é do médico gerontólogo, Arnoldo Andrade, que vem realizando um trabalho de conscientização e prevenção na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam) com pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
A gerontologia, conforme explica o especialista, é a resposta no presente para reduzir problemas que afetarão os idosos em um tempo muito próximo. "A população do Brasil está envelhecendo e nós temos que estar preparados para encarar os problemas sociais que virão com essa nova expectativa de vida", sugere.
O assunto não é para brincadeira e nem pode ser postergado para futuras discussões. O problema está batendo à porta das novas gerações que já têm que lidar com seus idosos dentro de casa e não sabem como.
"A gerontologia estabelece que quem chega a 65 ou 70 anos já vai apresentar, no mínimo, seis doenças crônicas: catarata, deficiência auditiva, algum grau de deficiência cognitiva, dor articular, hipertensão e diabetes", analisa Andrade.
Conforme explica o médico, quem cuida dessas e outras enfermidades é a geriatria, enquanto a gerontologia se encarrega de estudar o processo de envelhecimento do ser humano e as formas de promover uma melhor qualidade de vida.
Tratar o idoso de forma diferenciada, respeitando os seus limites é uma das propostas da gerontologia que já vem sendo aplicada na área de saúde, inclusive com a parceria da geriatria.
Segundo Andrade, os médicos não foram formados com a concepção de que os idosos são diferentes e por isso precisam de outra forma de tratamento.
"Nos formamos achando que o idoso deveria ser tratado como um adulto mais velho e hoje sabemos que não é assim, porque existem diferenças do idoso para o adulto, assim como existem diferenças do adulto para a criança. Isso porque as funções vão se modificando no organismo e exigem uma visão diferenciada no tratamento", garante.
O fato é que o ser humano não está devidamente preparado para receber a velhice com tranquilidade e, se puder, recorre às inúmeras possibilidades de retardar esse processo inevitável. A velhice chega para todos, essa é a grande verdade, o que pode fazer a diferença é encarar esse período com mais saúde e qualidade de vida e isso começa cedo, se possível, ainda na gestação, por meio do pré-natal.
"A partir dos 30 anos, nós perdemos 1% da capacidade funcional do organismo a cada ano e isso se deve à teoria da queda hormonal", diz ele. Mas existem outras teorias que embasam o envelhecimento, como a teoria da mutação genética e a do estresse oxidativo.
O que a gerontologia se propõe é trazer qualidade de vida para o organismo por meio de uma alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares e bem-estar psicológico em um ambiente de respeito e tranquilidade. "Estamos nos preparando para viver até os 200 anos e o grande desafio é viver com qualidade e saúde", ressalta Andrade.

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