África deve enfrentar envelhecimento rápido da população, aponta estudo


Total de idosos deve quadruplicar no continente entre 2010 e 2050. Hoje, menores de 15 anos são 40% dos africanos, mas número deve cair. Embora a população da África ainda seja jovem, o continente terá que enfrentar o envelhecimento das pessoas, processo que deve ser mais rápido nos países desenvolvidos e trazer desafios no campo da atenção aos idosos, explica um estudo publicado nesta quarta-feira (22) pelo do Instituto Nacional de Estudos Demográficos (Ined) da França.Atualmente, os menores de 15 anos representam 40% da África – que tem 1 bilhão de habitantes –, contra 27% na média da população mundial, destaca a pesquisa.
Mas, nos próximos 40 anos, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais (5,5% em 2010) deverá "dobrar em vários países africanos se a fertilidade continuar diminuindo no ritmo atual", acrescentou o levantamento. O Ined revela que "esse envelhecimento demográfico ocorrerá a uma velocidade maior nos países desenvolvidos".
Assim, o número de pessoas idosas deve quadruplicar na África entre 2010 e 2050, passando de 56 para 215 milhões, ou seja, quase tanto quanto na Europa (241 milhões). O continente africano contaria, então, com 22,5 milhões de pessoas com 80 anos ou mais, ou seja, cinco vezes mais do que hoje.

População africana ainda é muito jovem, mas deve envelhecer rapidamente (Foto: Aguinaldo Matos)



Entre os desafios que esse envelhecimento trará, o Ined revela que "menos de 10% das pessoas idosas podem aspirar a uma pensão de aposentadoria" na África, principalmente funcionários ou empregados de grandes empresas privadas. O instituto destaca ainda que, em matéria de saúde, "a grande maioria das pessoas idosas carece de cobertura social".
Embora, no geral, os idosos africanos possam contar com a "rede familiar" para satisfazer suas necessidades, o estudo destaca que "grandes mudanças sociais e econômicas se apreciam em escala continental e têm repercussões nas organizações familiares". Especialmente, "as jovens gerações buscam se emancipar da tutela dos mais velhos" e "o status social dos idosos se "valoriza menos do que antes".
"A diminuição dos recursos territoriais" leva também ao abandono das cidades, onde "os alojamentos são menores e mais caros". O aumento das mulheres que trabalham com diploma muda também o modo de vida e contribui para diminuir o apoio aos mais velhos.Portanto, os países africanos precisam criar "políticas públicas adaptadas", de seguridade social e aposentadoria, para fazer frente ao desafio do envelhecimento, conclui o Ined.

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