Prevalência da incontinência urinária em idosos institucionalizados


A Sociedade Internacional de Continência Urinária define a incontinência urinária como “a perda involuntária de urina, que representa um problema social e higiênico, devendo ser objetivamente demonstrável” (ABRAMS; CARDOZO; FALL, 2003). Silva e Santos (2005) relatam que em 1994, a IU afetava 13 milhões de americanos, freqüentemente acometendo os idosos. Cerca de 10% a 35% dos adultos eram considerados incontinentes. Diante disto, a IU representaria gastos de cerca $11,2 bilhões anuais para a sociedade americana. No Brasil, apesar dos poucos estudos sobre prevalência e incidência de IU, estima-se que existam mais de 13 milhões de mulheres acometidas pelos diferentes tipos da doença (MENDONÇA et al., 1997).
    De acordo com os estudos realizados, a experiência com episódios de perda urinária é uma condição que não prevalece somente em mulheres idosas mas, também, em mulheres jovens e na meia-idade. (LOPES e HIGA, 2006). Sabe-se que com o envelhecimento, ocorre uma indução de mudanças funcionais e estruturais no sistema urinário que predispõe a incontinência (FREITAS, 2002). Porém, em qualquer idade, a continência urinária não depende somente da integridade do trato urinário inferior, mas também de destreza manual, da mobilidade, da lucidez, das alterações de motivação e das doenças associadas (diabetes mellitus e insuficiência cardíaca entre outras), fatores estes que quando alterados, nos idosos, predispõem a incontinência (REIS et al., 2003).    Idosos incapacitados ou hospitalizados freqüentemente apresentam problemas urinários, porém a incontinência pode resultar mais da incapacidade de chegar ao local desejado, do pequeno número de cuidadores, geralmente sobrecarregados de afazeres e sem tempo para levarem os idosos ao banheiro, do que qualquer comprometimento urológico verdadeiro (GUCCIONE, 2002).    A difícil decisão de colocar um familiar idoso numa instituição de longa permanência depende em grande parte de seu estado em relação à continência (PICKLES et al., 1998). A falta de controle durante a micção é um dos cinco principais motivos para a internação, juntamente com a imobilidade, o comprometimento cognitivo, quedas e as conseqüências de acidente vascular cerebral (GUCCIONE, 2002).    A incontinência urinária pode manifestar-se de várias maneiras, sendo que cada uma delas apresenta características específicas. A incontinência urinária de esforço (IUE), a segunda mais comum em idosos, é caracterizada pela perda urinária, quando a pres­são intravesical excede a pressão uretral máxima na ausência de contração do músculo detrusor. É comum ocorrer em situ­ações de tosse, espirro, risada, salto, ou ainda, atividades como andar ou mudar de posição (KLUBER; MORIGUCHI; CRUZ, 2002).

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